Na Holanda Congresso sobre Juventude e Religião




Corresponde: Fr. Luciano Henrique, ocd

O Conferentiehotel “Kontakt der Kontinenten” localizado na cidade de Soestenrberg – Provínvia de Utrecht – Holanda, acolheu nos dias 29 e 30 de janeiro de 2010 um grupo de aproximadamente 70 pessoas para um congresso sobre “Juventude e religião”. Um encontro especialmente voltado a “Geestelijk bedienaren”, isto é, ministros religiosos que vivem e trabalham em território holandês. Pessoas de todas as partes do mundo. Líderes de diversas confissões religiosas. Padres, imãs, pastores(as), mestres, religiosos e religiosas, etc. Um verdadeiro encontro ecumênico e inter-religioso.
Como o cerne da nossa temática era «Juventude e religião», refletimos então sobre vários pontos nesta mesma linha, a saber :
• O papel que a religião desempenha na vida dos jovens;
• As necessidades desses jovens no campo da religião;
• Em que medida as igrejas, templos, mesquitas e sinagogas podem responder a essas necessidades;
• Qual seria o papel dos ministros religiosos para os jovens na sociedade hiper-moderna holandesa;
• Qual seria o papel que os ministros religiosos poderia desepenhar para a redução da distância entre o mundo das famílias (pais, avós, muitas vezes tradicionais) e da sociedade;
• Possíveis perspectivas de ação.
Responsáveis para iluminar todo o congresso com palestras e relevantes colocações foram: o professor Dr. Mohamed Ajouaou, o pastor anglicano Dr. Martin Tensen. Essas duas figuras abriram o congresso com a temática “Juventude e religião”. O primeiro, numa perspectiva islâmica e, o segundo, numa ótica cristã. Também tivemos a contribuição de Monieque van Dijk, doutora em Sociologia da religião e professora da Pontifícia Universidade Católica de Tilbug que nos brindou com uma maravilhosa palestra sobre “Jovens e integração”. Para enriquecer o congresso também tivemos oficinas tematizadas. Quatro no total. Nessas oficinas tínhamos oportunidade de escutar sobre esperiências, iniciativas e projetos de jovens que trabalham diretamente com outros jovens. Aqui em pequenos grupos podíamos interagir mais. Coordenado a primeira oficina estava a joven Fátima Lamkharrat, islamita nascida no Marrocos e que trabalha em um projeto com a juventude em Rotterdam. A segunda oficina estava a cargo de Maurits Klunder, holandês que trabalha na Pastoral da Juventude na Diocese de Haarlem e também coordena o projeto para jovens «DiaconAtion» em Amsterdam. A terceira oficina foi auxiliada por Recep Konuksever, islamita holandês que trabalha em um projeto inter-religioso para jovens em condição de risco. Na quarta oficina o joven holandês Wouter van der Zeijden falou-nos sobre seus trabalhos com a juventude numa linha mais social. Logo após todos esses trabalhos abrimos uma plenária no auditório-mor onde discutimos, partilhamos e pudemos fazer uma síntese de todo o congresso.

O que ficou marcado para nós? Quais foram os ecos de um escontro tão heterogênio e especial como este que tivemos? VALEU A PENA! Também gostaria de dizer que foi com espírito de abertura, respeito e alegria que frei João de Deus e eu participamos deste evento. A inpressão que já tinha daqui foi confirmada no congresso. Em primeiro lugar, a Holanda mais do que outros lugares, é um país «PLURAL»: pluri-cultural, pluri-etnico, pluri-religioso, etc. Também é desafiante trabalhar com a juventude. Entre Juventude e religião, percebe-se uma relação ‘desgastada’. Aqui muitos jovens estão entre as duas culturas. A cultura e religião de seus pais versus a cultura da Holanda. A maioria pensa diferente sobre a religião de seus pais. A maioria define religiosidade como liberdade e sincretismo. Esse é um dado! Contudo encontramos inúmeros jovens inseridos no mundo religioso institucionalizado. ainda vão às igrejas, mesquitas, templos, etc. Alguns ainda estão dispostos a orar, rezar, meditar e trabalhar juntos aos seus líderes religiosos por um mundo mais pacífico, justo, solidário, humano, etc. Como “Geestelijke bedienaar”, creio que serão esses jovens os nossos suportes para um trabalho pastoral mais efetivo com a juventude. Presisamos nos unir, ousar e sermos criativos. Claro, sem negar ou esquecer nossa idendidade e doutrina. Vale ressaltar que além de buscarmos aprender bem o idioma holandês, necessitamos, e com urgência, aprender a linguagen dos jovens que aqui vivem. Peçamos a Deus força e ânimo para essa empreitada. Assim seja!

Fraterno abraço,
Frei Luciano Henrique, OCD
Handel-Holanda.

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