09 de Agosto - Santa Teresa Benedita da Cruz



EDITH STEIN
(SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ, OCD)

Edith Stein nasceu em Breslau, na Alemanha, em 12 de outubro de 1891 e morreu em Auschwitz, na câmara de gás, vítima do nazismo, em 09 de agosto de 1942.
Filha de judeus, última de onze irmãos, perdeu o pai aos dois anos de idade. A mãe, que ela sempre relembra como a “mulher forte da Escritura”, prosseguiu com os negócios do pai - pois era um comerciante judeu - e a orientação da família.
Aos seis anos, ingressou na Escola Primária, demonstrando, desde cedo, grandes dotes intelectuais. Em 1911 entrou na Universidade de Breslau cursando Germanística (língua e literatura germânica) e Filosofia. Atraída pelo já famoso iniciador da fenomenologia, Edmund Husserl, transferiu-se em 1913 para Gottingen onde, não só foi sua aluna, como também assistente, mudando-se depois para Friburgo.
Sua tese doutoral – foi a primeira mulher a obter tal título em filosofia na Alemanha - sobre a Empatia, orientada pelo grande filósofo, foi avaliada com a nota máxima e, em breve, ela se tornou membro ativo da Escola Fenomenológica e do conhecido Círculo de Gottingen.
Desde a adolescência, a jovem filósofa havia abandonado a fé judaica em que fora formada na infância e, mesmo em sua busca constante da verdade, considerava-se atéia. A influência do ambiente da fenomenologia, e especialmente de Max Scheler, lhe abriu um novo horizonte diante dos problemas religiosos do homem e os casais Reinach e Conrad Martius fizeram com que ela se aproximasse de Cristo.
A verdadeira conversão, no entanto, veio através de uma outra doutora, que viveu quatrocentos anos antes dela. No verão de 1921, na casa de campo do casal Conrad Martius, lendo o Livro da Vida de Santa Teresa D´Ávila, acreditou ter encontrado a tão procurada Verdade e se converteu ao catolicismo. Foi batizada em janeiro de 1922.
A partir de 1923, trabalhou como professora no Instituto Santa Maria Madalena, das Dominicanas, em Speyer.
O canônico Schwind, o jesuíta Przywara e o abade Beneditino Walzer orientaram seu estudo de São Tomás, sua vida espiritual e litúrgica. Desde o batismo, seu grande sonho foi o de fazer-se carmelita como Santa Teresa. Os mestres, no entanto, viam nela um elemento importantíssimo para os meios intelectuais católicos e insistiam no valor de seu apostolado como filósofa católica. Dedicou-se a escrever filosofia e a traduzir para o alemão a obra “De Veritate” de São Tomás de Aquino.
Em 1931 começou sua missão como Conferencista em diversos países. Em 1932, chegou a Münster como livre docente no Instituto Superior de Pedagogia Científica.
Em 1933, um decreto oficial do governo alemão lhe proibia toda atividade pública, pela única razão de ser judia.
No dia 15 de outubro desse mesmo ano, entrou no Carmelo de Colônia. Recebeu o hábito religioso em 14 de abril de 1934, fez os primeiros votos em 21 de abril de 1935 e a profissão perpétua em 1938.
Obedecendo aos Superiores, continuou no Carmelo a escrever suas obras filosóficas. No final de 1938 foi transferida para o Carmelo de Echt na Holanda, fugindo do Nazismo, que perseguia também os conventos da Alemanha.
Em Echt, começou a escrever sua última obra, Ciência da Cruz, homenagem a São João da Cruz em seu quarto centenário de morte. Mas, foi presa pela Gestapo alemã no dia 02 de agosto de 1942 e levada para Auschwitz onde, com sua irmã Rosa, deu a vida em holocausto pelo seu povo e por amor ao Senhor. Tinha 51 anos e o último escrito, um bilhete que enviou à sua Comunidade, revela que a Ciência da Cruz era agora sua máxima sabedoria:
“Eu estou contente com tudo. Só se pode adquirir uma Ciência da Cruz, quando se sente no íntimo o peso da cruz sobre os ombros. Disso eu estava convencida desde o primeiro instante e, de mim para mim, disse: Salve Cruz, esperança única...”


Frei Allyson, ocd

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