Das Atas da canonização
(Decr. "super tufo" - AAS 26 [1934], 105-106)
O amor de Cristo nos impele
A vida de Teresa Margarida, concluída num breve lapso de tempo, foi uma contínua ascensão do seu inocente coração a Deus.
Espontaneamente, sua alma pura procurava a Deus e parecia-lhe que somente ele poderia encontrar repouso. A pureza interior, uniu-se profundíssima humildade, desejando sinceramente ser desconhecida e desprezada, suportando as humilhações, não só com paciência, mas com alegria. Esta pureza de coração e humildade de espírito mereceram-lhe ser elevada a altíssimo grau de amor que, em breve tempo, inflamou-a de seráficos ardores. Chegou a ponto de quase não poder falar de Deus sem que o seu rosto irradiasse luz. Este divino amor inundou-a de zelo para com o próximo, de modo particular, para com os pecadores, pêlos quais se ofereceu a Deus, generosamente, em holocausto.
Servia as suas irmãs de comunidade, de modo especial as enfermas, com tão humilde delicadeza e abnegação de si mesma, que parecia um anjo de caridade. Nutria a chama deste amor com o pão eucarístico, ardentemente desejado e com um culto especial ao sacratíssimo Coração de Jesus, precisamente numa época em que o erro jansenista que serpenteava também na Toscana, combatia tão proveitosa devoção. Foi particularmente viva sua fé na Virgem Mãe de Deus, escolhida como exemplo e advogada de sua candura virginal.
Enriquecida com o dom de uma alta contemplação, uniu-se cada vez mais a Deus, quase antecipando os esplendores da eternidade já tão próxima. Efetivamente, pelo fim de sua vida, como verdadeira filha da Santa Madre Teresa e fiel discípula de São João da Cruz, reproduziu-se-lhe na alma, em místico martírio, a imagem viva do Esposo crucificado. A própria veemência do amor foi a causa deste martírio. Com efeito, quanto mais ardente é o amor, mais impele a alma a amar. E, não podendo igualar-se à infinita amabilidade de Deus, um inextinguível desejo de amar mais atormenta a alma, enquanto se crê abandonada por Deus e imersa como numa noite escura. Quanto maior é o amor, menor se afigura aos próprios olhos.
Todavia, a alma crucificada com Cristo, por este supremo martírio do coração, adquire para si e para os outros, frutos mais copiosos de redenção. As almas mais puras e mais perfeitas da Igreja são as que através do sofrimento, do amor e da oração contribuem, pelo seu apostolado oculto, para o bem de todos
(Decr. "super tufo" - AAS 26 [1934], 105-106)
O amor de Cristo nos impele
A vida de Teresa Margarida, concluída num breve lapso de tempo, foi uma contínua ascensão do seu inocente coração a Deus.
Espontaneamente, sua alma pura procurava a Deus e parecia-lhe que somente ele poderia encontrar repouso. A pureza interior, uniu-se profundíssima humildade, desejando sinceramente ser desconhecida e desprezada, suportando as humilhações, não só com paciência, mas com alegria. Esta pureza de coração e humildade de espírito mereceram-lhe ser elevada a altíssimo grau de amor que, em breve tempo, inflamou-a de seráficos ardores. Chegou a ponto de quase não poder falar de Deus sem que o seu rosto irradiasse luz. Este divino amor inundou-a de zelo para com o próximo, de modo particular, para com os pecadores, pêlos quais se ofereceu a Deus, generosamente, em holocausto.
Servia as suas irmãs de comunidade, de modo especial as enfermas, com tão humilde delicadeza e abnegação de si mesma, que parecia um anjo de caridade. Nutria a chama deste amor com o pão eucarístico, ardentemente desejado e com um culto especial ao sacratíssimo Coração de Jesus, precisamente numa época em que o erro jansenista que serpenteava também na Toscana, combatia tão proveitosa devoção. Foi particularmente viva sua fé na Virgem Mãe de Deus, escolhida como exemplo e advogada de sua candura virginal.
Enriquecida com o dom de uma alta contemplação, uniu-se cada vez mais a Deus, quase antecipando os esplendores da eternidade já tão próxima. Efetivamente, pelo fim de sua vida, como verdadeira filha da Santa Madre Teresa e fiel discípula de São João da Cruz, reproduziu-se-lhe na alma, em místico martírio, a imagem viva do Esposo crucificado. A própria veemência do amor foi a causa deste martírio. Com efeito, quanto mais ardente é o amor, mais impele a alma a amar. E, não podendo igualar-se à infinita amabilidade de Deus, um inextinguível desejo de amar mais atormenta a alma, enquanto se crê abandonada por Deus e imersa como numa noite escura. Quanto maior é o amor, menor se afigura aos próprios olhos.
Todavia, a alma crucificada com Cristo, por este supremo martírio do coração, adquire para si e para os outros, frutos mais copiosos de redenção. As almas mais puras e mais perfeitas da Igreja são as que através do sofrimento, do amor e da oração contribuem, pelo seu apostolado oculto, para o bem de todos
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