Ele tomou meu coração...
26 de agosto
Em nossa Ordem do Carmelo
Descalço
TRANSVERBERAÇÃO DO CORAÇÃO
DA
SANTA MADRE TERESA DE
JESUS
«Eu vim
lançar o fogo à terra e só quero que ele se ateie» (Lc 12, 49). Este fogo é o
amor de Deus que em Santa Madre Teresa de Jesus, foi derramado com tal abundância que abrasou
o seu coração. A transverberação é a manifestação da força do amor de Deus
aceite, desejado e vivido pela Santa no seu matrimônio espiritual. Este
fenômeno místico é-nos explicado por S. João da Cruz (cf. Ofício de Leitura) e
apresentado no seu significado eclesial pelos textos da liturgia.
"Via um anjo ao pé de mim, para o lado esquerdo, em
forma corporal, o que não costumo ver senão por maravilha. Ainda que muitas
vezes se me representam anjos, é sem os ver...
Nesta visão quis o Senhor que o visse assim: não era grande
mas pequeno, formoso em extremo, o rosto tão incendido, que parecia dos anjos
mais sublimes que parecem todos se abrasam. Devem ser os que chamam Querubins,
que os nomes não me dizem, mas bem vejo que no Céu há tanta diferença duns
anjos a outros e destes outros a outros, que não o saberia dizer.
Via-lhe nas mãos um dardo de ouro comprido e, no fim da
ponta de ferro, me parecia que tinha um pouco de fogo. Parecia-me tocar-me este
dardo no coração algumas vezes e que me chegava às entranhas. Ao tirá-lo,
dir-se-ia que as levava consigo, e me deixava toda abrasada em grande amor de
Deus.
Era tão intensa a dor, que me fazia dar aqueles queixumes e
tão excessiva a suavidade que me causava esta grandíssima dor, que não se pode
desejar que se tire, nem a alma se contenta com menos de que com Deus. Não é
dor corporal mas espiritual, embora o corpo não deixa de ter a sua parte, e até
muita. É um requebro tão suave que têm entre si a alma e Deus, que suplico à
Sua Bondade que conceda esta mesma graça a quem pensar que minto." (Santa
Teresa de Jesus, Livro da Vida, cap. 29, 13).
Oremos:
Senhor, que abrasastes Santa Teresa de Jesus, nossa Mãe, com
o fogo do vosso amor e a fortalecestes para os grandes empreendimentos
realizados em vosso nome, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de
experimentar a força do vosso amor, que nos move a trabalhar generosamente pelo
vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo. Amém.Reforma Teresiana...
Entre todas as tentativas de reforma na Ordem do Carmo, a
mais definitiva e eficaz foi a empreendida por Santa Teresa de Jesus, na cidade
espanhola de Ávila dos Cavaleiros. O que não conseguiram homens santos e
sábios, o conseguiu esta mulher, lutando contra marés, graças à ajuda divina
mais que humana.
Ao ver a vontade clara do Senhor, Teresa pôs mãos à obra.
Quando as companheiras do convento e quando mais tarde os avileses se
inteiraram das intenções de Teresa, valha-me Deus o que se armou: murmurações,
insultos, vexames de todas as classes contra a fundadora e reformadora. Até a
chamaram de “mulher inquieta e andarilha”, isto o disse o Núncio. Ela aguentou
tudo e deixou tudo nas mãos de Deus. E como era da vontade do Senhor que a
reforma se fizesse, pois à hora marcada ela aconteceu. E em 24 de agosto de
1562, se erguia o primeiro mosteiro reformado sob o patrocínio de São José na
cidade de Ávila berço da reforma. Aquele dia vestiu o hábito de Descalças as
quatro “grandes servas de Deus”. A simplicidade do mobiliário, a vida fervorosa
e até a reza do Ofício Divino, eram o ambiente apropriado para a oração
constante da nascente reforma, que exigia principalmente isso: intimidade com
Deus, oração contínua com Ele e vida de família com as irmãs, que haveriam de
ser poucas em cada convento, doze ou treze no máximo. Com este novo modo de
vida, o Carmelo de São José era insignificante, contrastante, com as formas
aparatosas dos antigos mosteiros.
Ser Consagrado
A consagração a Deus –
fundamento da Vida Religiosa – é um dom Divino. Deus chama alguém por Ele amado
para lhe ser consagrado de maneira radical. Separa-o para as coisas divinas
para que viva para Deus só.
Na Igreja, o Carmelo é
uma forma específica de consagração a Deus.
A Ordem é de estrutura
contemplativa: ser Carmelita é estar à escuta de Deus e dar-lhe com a vida a
resposta de fé e de amor através da oração e do apostolado.
Ser carmelita é ser o
amor no coração da Igreja.
Teresa e Clara...
Santa Teresa de Jesus foi grande devota de Clara de Assis, vejamos
o que ela nos diz no seu escrito, o Livro da Vida:
"No dia de Santa Clara (no ano de
1561) indo comungar, a Santa me apareceu, muito formosa. Disse-me que me
esforçasse e desse continuidade ao que iniciara (ou seja a reforma da Ordem do
Carmelo), pois teria a sua ajuda. Tomei por ela grande devoção e, em cumprimento
de sua promessa, um mosteiro de monjas de sua Ordem ajuda a nos sustentar. Além
disso a Santa elevou tanto os meus anseios que a pobreza que instituiu em seus
mosteiros observa-se também neste".
Vida 33, 13.
Carmelo Descalço: Uma Vocação na Igreja
A vocação ao Carmelo compromete a viver
“em obséquio de Jesus Cristo, meditando dia e noite na Lei do Senhor e velando
em oração”.
Teresa de Jesus intuiu profundamente
essa vocação original, ao apresentar a oração como o centro do Carmelo.
Por este motivo seus membros são
reconhecidos pela Igreja como uma comunidade que se esforça por viver
intensamente o mistério da oração cristã e que dele da testemunho com a vida. O
Carmelo imita o “Cristo que no horto contemplava a face do Pai”.
Santidade no Carmelo!!!
9 de agosto
No Carmelo Descalço: Memória
de Santa Teresa Bendita da Cruz
Filha
do Dia do Perdão,
Mártir
de Auschiwitz,
Mestra
da Igreja.
Abraçadora
da Cruz com um amor como o de Cristo,
Descendente
de Abraão,
Filha
de Nossa Senhora do Monte Carmelo,
Tu
que profundamente goza nos corações do Messias e de sua Mãe,
Por
favor intercede por mim.
Vida...
Durante a vida como experiência lenta do viver, Santa Teresinha
passou por diversas fases: momentos de terrível tristeza, como a longa doença
da mãe e a doença do pai; o sentir-se sozinha em tantos momentos da vida no
Carmelo. Uma tristeza que superou mediante a fé e a esperança.
Viver não é só experimentar alegrias, mas a capacidade de
transformar tudo em alegria.
Vocação...
“A MINHA VOCAÇÃO É AMAR”
(Santa Teresinha do Menino
Jesus e da Santa Face)
Mês de Agosto, convite especial para meditarmos sobre o
chamado atual e permanente de Deus para nossas vidas. Ele nos quer felizes e
realizados, dialoga conosco e nos garante sua presença. Como discípulos de
JESUS CRISTO tivemos a graça de receber através do sacramento do BATISMO a
VOCAÇÃO CRISTÃ: é o nascimento para a vida nova, como vai nos dizer o Apóstolo
João: “Havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um notável entre os
judeus. À noite ele veio encontrar Jesus e lhe disse: “Rabi, sabemos que vens
da parte de Deus como Mestre, pois ninguém pode fazer os sinais que fazes, se
Deus não estiver com ele”. Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade, te
digo: quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”. (cf. Jo 3,1-5).
Através deste sacramento somos convidados a “assumir o COMPROMISSO de seguir e
de conhecer JESUS CRISTO para SEMPRE”.
Recebemos de Deus a vocação à VIDA. E é nesta mesma vida que
somos convidados, na perspectiva do seguimento e do discernimento a encontrar
nosso lugar no serviço ao Senhor, nos realizando enquanto seres humanos e
gerando ao nosso redor vida plena para nossos irmãos e irmãs. A graça
santificante de Deus nunca nos falta quando de fato, nos colocamos à sua
disposição com humildade e fé, que são as virtudes que criam em nós uma terra
fértil em que Deus pode realizar os milagres de seu amor onipotente.
Vocação
Podemos definir a vocação
de Santa Teresinha como amor, doação e entusiasmo apostólico. Sentia, como
Jesus, a sede de almas. Doava-se sem reservas e continuaria no céu a fazer cair
uma chuva de bênçãos e graças sobre todos os que a ela recorressem. É uma
vocação feita de entrega e de simplicidade. Por isso, a “pequena via” que ela
nos apresenta deixa-nos desconcertados e felizes porque agora sabemos que nada
poderá impedir-nos de ser santos.
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