Frei Deneval de São João da Cruz,ocd
Celebração
do Tríduo Pascal 2012.
Celebrei
o Tríduo Pascal em Cocalinho – MT, onde estive há vinte anos. Cocalinho:
município mato-grossense circunscrito na diocese de Barra do Garças – MT. Há
100 anos por lá passaram os salesianos estabelecendo os primeiros contatos com
tribos Xavantes numa atividade missionária. Meu contato primeiro com Cocalinho está
ligado ao casal Clério-Regina que então residiam em Barra do Garças. Cocalinho
na ocasião estava assistida por um diácono, hoje sacerdote a serviço da mesma
diocese, na sede. Estive uma segunda vez em 2007, quando conventual em
Travessão de Campos e agora, em2012.
Muita
mudança ao longo de todos esses anos, na cidade e na caminhada eclesial, mesmo
sem a assistência regular de um ministro ordenado como pároco. A notícia boa
desta visita e celebração do Tríduo Pascal é que lhes foi assegurado o envio de
um ministro ordenado ao longo do ano corrente. Bendito seja Deus!
O
município de Cocalinho está a 400 km da Barra do Garças (sede da diocese), dos
quais 265 de via pavimentada. O município está localizado às margens do Rio
Araguaia e é corado pelo rio Cristalino, o Rio das Mortes dentre outros e tem
uma população de mais de cinco mil habitantes. Trata-se de uma comunidade viva
e atuante, marcadamente numa caminhada solitária, o que ocasiona
inevitavelmente equívocos; vai exigir muito cuidado e zelo pastoral daquele a
quem for designado para cuidar daquele pequeno rebanho. Já foram feitas várias
campanhas e jornadas missionárias na comunidade, contudo, segue sendo terra de
missão, já que há muito por fazer, embora por iniciativa própria, e na dinâmica
que só se entende a partir de Deus no seu mistério de amor pelos seus, a
comunidade já edificou um templo, recentemente reformado no seu interno:
pintura, foram feitos bancos novos, o altar, ambão, troca o piso e há um amplo
salão. O próximo passo reforma externa (pintura e forro e construção de uma
casa para abrigar o padre e espaço para salas de encontros de catequese). Tem
grande parcela nos avanços da caminhada da comunidade uma comunidade religiosa,
da família franciscana, que se faz presente desde a segunda metade da década de
noventa.
Louvo
e bendigo a Deus por favorecer-me mais essa experiência na qual senti a força
do Ressuscitado na animação daquela comunidade, que mesmo sem a presença regular
de um padre, muito fez e está muito aberta aos impulsos do Espírito para
crescer em comunidade. “Há esperança para o teu futuro” (Jr 31,17) pode
expressar bem o que vivi e experimentei junto àquela parte do rebanho de
Cristo.
Sem
ter sido oficialmente consultado, ouso dizer, levado pelo afeto e relação
advindos desses anos de conhecimento, que o ideal para a comunidade, mais que
um padre para lá residir e servir, creio ser mais indicado uma comunidade
religiosa, por tratar-se de um lugar retirado, distante de tudo, na entreajuda
é possível vencer a solidão, o que pode consistir-se num obstáculo para alguém
que esteja sozinho à frente de tanta demanda. Pelas distâncias internas e
externa, acrescida da demanda pastoral, necessitaria um suporte na conivência
para vencer a solidão e mesmo, ouvir um parecer diferente do seu, na orientação
dos trabalhos e atividades pastorais.
Rezo
ao Senhor, de quem procede todo serviço pastoral, que ilumine aos responsáveis
na orientação pastoral nesse momento e, se lhes parecer oportuno, busquem alguma
ajuda de alguma família religiosa que possa oferecer uma comunidade para levar
adiante o pastoreio em área tão rica de valores humanos, mas, tão carente de
uma assistência e orientação espiritual mais próxima.
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