ABERTO O PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DE ELISABETE DA TRINDADE


Elisabete da Trindade foi beatificada pelo papa João Paulo II, no dia 25 de novembro de 1984. Para ser reconhecida como Santa da Igreja precisa-se de mais um milagre. No dia 13 de julho de 2011, a Casa Geral do Frades Carmelitas Descalços noticiou a abertura do processo de canonização, que teve início no dia 11 de julho de 2011, devido a um milagre atribuído à Beata. Trata-se de Marie-Paul Stevensl, professora de ensino religioso dos Irmãos Maristas de Malmedy (Bélgica). Nos últimos tempos, começou a sentir uma forte dificuldade para articular palavras, ao mesmo tempo sofria problemas de salivação, durante o mês de maio de 1997. Aconselhada por uma amiga médica, submeteu-se a alguns exames clínicos que revelaram a doença de “Sjøgren” que, gradualmente, ia afetando os diversos âmbitos do organismo.
Depois de realizar diversos tratamentos sem êxito, empreendeu uma viagem a Flavignerot para agradecer a Elisabete da Trindade por tê-la sustentado durante sua enfermidade. No dia 2 de abril de 2002, depois de ter rezado na capela do Carmelo e ter agradecido a Elisabete pela sua ajuda, sentou-se numa das pedras do estacionamento do mosteiro. Imprevistamente, diante dos olhos atônitos dos amigos que estava com ela, levantou-se com os braços para o alto e exclamou cheia de surpresa e alegria: “Já não estou mais doente!” Depois desse dia, Maria-Paul levou uma vida totalmente normal.
Elisabete da Trindade nasceu no acampamento militar de Avor (Bourges), em 1880. Em 1901, entrou no Carmelo Descalço de Dijon, emitindo os votos em 1903. Passou “à Luz, ao Amor, à Vida” da Pátria a 9 de novembro de 1906. Verdadeira adoradora em espírito e em verdade, entre penas interiores e doenças, viveu como “louvor de glória” da Santíssima Trindade presente na alma, encontrando no mistério da inabitação o seu “céu na terra”, seu carisma e missão eclesial.  


REZEMOS PARA QUE EM BREVE TENHAMOS MAIS UMA CARMELITA RECONHECIDA COMO SANTA PELA IGREJA!

CHAMADOS A SER SANTOS: EIS A NOSSA VOCAÇÃO!

Frei Patrício Sciadini, ocd

“Louvai o Senhor, porque ele é bom” (Sl 106 (105)

A vida é um dom de Deus. Cada indivíduo é livre para orientá-la e vivê-la como quiser. Nunca devemos esquecer que ela é única. É durante os poucos anos que vivemos que somos chamados a realizar o projeto de Deus em nós e os nossos projetos. Passar a vida na alegria, na esperança, construindo ao nosso redor uma nova civilização do amor. Sermos sinais vivos da presença do Senhor para os outros, anunciando a boa nova.  Ninguém nasce “à toa”, porque o Deus da vida criou a todos com inteligência e amor.
Em Jesus, o Pai “nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos santos e imaculados diante Dele” (Ef 1,4): eis a nossa vocação. Chegamos a tomar consciência de nossa existência, do nosso futuro, embora inconscientemente nos perguntemos milhares de vezes: “Quem sou? De onde venho? Para onde vou?”
Ninguém pode responder a essas perguntas a não ser nós mesmos. Vale a pena gastar alguns minutos para refazer a nossa história, descer ao mais íntimo de nós mesmos, na nossa casa interior, e responder a estas perguntas. Somos donos e senhores de nossa vida. A liberdade não pode ser manipulada por ninguém. O único que respeita a nossa liberdade é Deus que, a cada momento, nos pergunta: o que queres que eu faça?
Cabe a você, a mim, dar o rumo à nossa vida. Ser donos do nosso futuro, resgatar a nossa dignidade humana, não nos deixar manipular por ninguém, buscar a única verdade que nos liberta: Jesus Cristo. Para nós, que somos católicos, Cristo é o único ponto referencial. Você conhece Jesus? Inicie hoje a leitura de um dos quatro Evangelhos; algo novo vai acontecer em você.

“Não é a atividade humana que pode ajudar-nos, mas a paixão de Cristo. Meu desejo é de nela participar” (Santa Teresa Benedita da Cruz).

NOSSA SENHORA DO CARMO




A Sagrada Escritura exalta a beleza do Carmelo, onde o profeta Elias defendeu a pureza da fé de Israel em Deus vivo. Aí, junto à fonte que tomou o nome do profeta, estabeleceram-se, pelos fins do século XII, alguns eremitas que construíram um oratório em honra da Mãe de Deus, escolhendo-a como padroeira e titular. Consideram-na como mãe e modelo e disto tiveram comprovada experiência: primeiro, na prática contemplativa e, depois, no dom aos irmãos riquezas adquiridas na comunhão com Deus. Por isso, foram chamados “Irmãos de Santa Maria do Monte Carmelo”. A comemoração solene celebrada, em diversos lugares, já no século XIV, propagou-se pouco a pouco, por toda a Ordem como sinal de gratidão dos “Irmãos” pelos inumeráveis benefícios concedidos pela Santíssima Mãe de Deus à “sua família”. (Liturgia das Horas da Ordem do Carmelo Descalço, p. 69).

O ESCAPULÁRIO É ESSENCIALMENTE UM HÁBITO
(Trecho da Carta de João Paulo II ao Carmelo, por ocasião da comemoração dos 750 anos do Santo Escapulário).
No sinal do Escapulário se evidencia uma síntese eficaz de espiritualidade mariana que alimenta a devoção dos crentes, fazendo-lhes sensíveis à presença amorosa da Virgem Maria em suas vidas.
O Escapulário é essencialmente um “hábito”. Quem recebe é agregado ou associado em um grau mais ou menos íntimo à Ordem do Carmelo, dedicada ao serviço da Virgem para o bem de toda a Igreja “(cf. Jr 2,7), e experimenta a presença doce e materna de Maria, no compromisso cotidiano de revestir-se interiormente de Jesus Cristo e de manifestá-lo vivo em si para o bem da Igreja e de toda a humanidade.

Duas, portanto, são as verdades evocadas no sinal do Escapulário: por uma parte, a proteção contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento de transição até a plenitude da glória eterna; por outra, a consciência de que a devoção a Ela não pode limitar-se a orações e favores em sua honra em algumas circunstâncias, mas deve constituir um “hábito”, como que um tecer permanente da própria conduta cristã, entrelaçada de oração e de vida interior, mediante a frequente prática dos Sacramentos e o concreto exercício das obras de misericórdia espiritual e corporal.
Deste modo o Escapulário se converte em sinal de “aliança” e de comunhão  recíproca entre Maria e os fiéis: de fato, traduz de maneira concreta a entrega que Jesus, desde a cruz, fez a João, e nele a todos nós, de sua mãe, e a entrega do apóstolo predileto e de nós a Ela, constituída como nossa Mãe espiritual.


Também eu levo sobre meu coração, desde há tanto tempo, o Escapulário do Carmo!

OS PAIS DE SANTA TERESINHA



Hoje, 12 de julho, é dia dos Pais de Santa Teresinha!

“O Bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do céu que da terra”
(Santa Teresinha do Menino Jesus)Os pais de Santa Teresinha foram beatificados, em Lisieux, em 2008. 

Luis Martin nasceu em Bourdeaux, França, em 22 de agosto de 1828. Aos 19 anos começa a aprender o ofício que por longo tempo exercerá, o de relojoeiro. Meditativo, decidido e organizado, Luis carrega o sonho de ser monge. Ao ser solicitada sua admissão, pedem-lhe que antes complete seus estudos. Depois de um ano e meio abandona os estudos e dedica-se totalmente à relojoaria, onde seus negócios prosperam. Aos 34 anos conhece Zélia Guérin com quem se casa, aos 13 de julho de 1858

Zélia Guérin nasceu em Gandelain, França, em 23 de dezembro de 1831. Recebe em seu lar uma educação rigorosa, mas em seu coração transparente sobressai um espírito ativo, profundamente cristão, abnegada e caridosa para com os necessitados. Pede admissão entre as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. A superiora reconhece sua falta de vocação. Às vésperas de seus vinte anos faz uma novena à Virgem Imaculada para que a ilumine sobre a profissão a escolher. Sente profunda inspiração de iniciar um negócio com rendas. Assim inicia o Ponto de Alençon. Perto de seus 25 anos o desejo de casar-se cresce. E na ponte São Leonardo, ao passar pelo distinto jovem Luis, o coração de Zélia pressente, será ele.

A vida em família

Zélia e Luis Martin casam-se como era costume, à meia-noite, na Igreja de Nossa Senhora em Alençon. Luis tem 35 anos, e Zélia 25 anos de idade. Diante de Deus dão um sim recíproco de fidelidade. Passaram quase dez meses vivendo em continência perfeita. Ao conversarem com um sacerdote, este os convence a terem muitos filhos para os consagrarem a Deus. Terão nove filhos, dos quais cinco chegaram a consagrar-se a Deus na vida religiosa e quatro partem para o céu ainda pequenos.

Mais tarde escreverá Zélia a sua filha Paulina: “Teu pai tinha gostos semelhantes aos meus, nossos sentimentos eram em uníssono, ele sempre foi um consolo e apoio para mim. E, quando foram chegando nossos filhos, vivíamos mais para eles, eram nossa felicidade e não nos encontrávamos em nós, mas, neles. Por isso desejava ter muitos para os encaminhar ao céu”.

Amor maduro e cristão, fonte de vida e felicidade, assim poderíamos descrever o relacionamento desses esposos Bem-Aventurados. Sobressaía uma amizade, respeito e carinho desejáveis a todos os casais. Escreve o Sr. Luis Martin à sua esposa:

“Só poderei chegar segunda-feira, tarda-me estar ao seu lado. Não se canse demais, recomendo-lhe calma e moderação, espero em Deus chegaremos a construir uma boa casinha. Tive a felicidade de comungar em Nossa Senhora das Vitórias, que é como um paraíso terrestre. Acendi uma vela toda a família. Abraço de coração a todas, esperando a alegria de estarmos reunidos. Seu marido e verdadeiro amigo, que a ama por toda a vida”.

Modelos de vida cristã

Luis e Zélia Martin participavam da Eucaristia todos os dias, comungavam com a freqüência possível em seu tempo, jejuavam possível em seu tempo, jejuavam e rezavam em família. Luis era exemplo de santificação do Domingo, não abria sua relojoaria em hipótese alguma, neste dia e nos dias de preceito. “Deus em tudo, Deus acima de tudo”, era seu lema. Tinha uma corajosa caridade com o próximo, sempre pronto a ajudar quando ouvia a sirene dos bombeiros, afogamentos, contendas e feridos. Assíduo na adoração noturna ao SS. Sacramento, ambos eram muito generosos na ajuda aos necessitados, mesmo à custa de sua própria tranqüilidade. Assim educavam as filhas a serem generosas de modo especial com as obras missionárias da Igreja.

Desejavam que suas filhas se consagrassem a Deus, mas nunca lhes sugeriam isso, acolhendo com alegria generosa a entrada de cada uma das quatro para o Carmelo, a última sendo Teresinha, e de Leônia para a Congregação da Visitação. As filhas sempre tinham o testemunho de amor entre seus pais, de oração, de amor à Igreja, especialmente aos sacerdotes, e de generoso serviço ao próximo, de mortificação, modéstia e fidelidade.

Acolhamos este testemunho de santidade em família, composto por pequenas ações, mas grandeza de alma, envolvendo tudo no amor com espírito de fé.


Fonte: http://casaiscarmelitas.blogspot.com/2010/04/santidade-da-familia-de-santa-teresinha.html

SANTA TERESA DOS ANDES


Joana Fernandez Solar nasceu em Santiago do Chile no dia 13 de julho de 1900. Desde a sua adolescência foi fascinada pelo Cristo. Entrou no mosteiro das carmelitas descalças de “Los Andes” no dia 07 de maio de 1919, com o nome de Teresa de Jesus. Morreu no dia 12 de abril do ano seguinte, depois de ter feito a profissão religiosa. Foi beatificada por João Paulo II, no dia 13 de abril de 1987, em Santiago do Chile e proposta como modelo para os jovens. Sua canonização se deu aos 21 de março de 1993. É a primeira flor de santidade da nação chilena e do Carmelo Teresiano da América Latina. Comemoramos seu dia litúrgico no dia 13 de julho.

SÓ JESUS É BELO

Trecho dos Escritos Espirituais de Santa Teresa dos Andes
Só Jesus é belo, só ele pode alegrar-me. Chamo-o; choro por ele, procuro-o dentro de minha alma. Desejo que Jesus me triture interiormente para que eu me torne uma hóstia pura onde ele possa repousar. Quero ser sedenta de amor para que outras almas possuam este amor.  Que eu morra às criaturas e a mim mesma para que ele viva em mim.
Há algo de bom, de belo, de verdadeiro que possamos pensar e que não exista Jesus? Sabedoria, para a qual não há segredo algum. Poder, para o qual nada é impossível. Justiça, que o fez encarnar-se para satisfazer pelo pecado. Providência, que sempre vela e sustenta. Misericórdia, que não cessa nunca de perdoar. Bondade, que esquece as ofensas das suas criaturas. Amor, que reúne todas as ternuras da mãe, do irmão, do esposo e que, fazendo-o sair do abismo da sua grandeza, o prende estreitamente às suas criaturas. Beleza, que extasia... O que podes pensar que não se encontre neste Homem-Deus?
Temes talvez que o abismo da grandeza de Deus e teu nada não se possam unir? Há nele o amor? Esta paixão fê-lo encarnar-se para que, vendo um Homem-Deus, não temesses aproximar-se dele. Esta paixão fê-lo converter-se em pão, a fim de poder assimilar e fazer desaparecer o nosso nada no seu Ser infinito. Esta paixão fê-lo dar a vida, morrendo sobre a cruz.

Temes talvez aproximar-te dele? Olha-o cercado das crianças. Ele as acaricia, aperta-as ao seu coração. Olha-o no meio do seu rebanho fiel, trazendo sobre os ombros a ovelha infiel. Olha-o junto ao túmulo Lázaro. E ouve o que diz à Madalena: “Foi-lhe perdoado muito, porque muito amou”. O que descobres nestes trechos do Evangelho senão um coração bom, doce, terno, compassivo, enfim, o Coração de um Deus?

Ele é a minha riqueza infinita, a minha beatitude, o meu céu.

A DOENÇA DO AMOR

Se a doença de amor não puder ser curada senão com a presença e figura do Amado, é porque, sendo diferente essa doença das outras comuns, diferente também é seu remédio. Naquelas, para seguir boa filosofia, curam-se contrários com contrários; o amor, porém, só acha cura em coisas conformes a ele. Com efeito, a saúde da alma é o amor de Deus; ora, quando a alma não tem perfeito amor de Deus, não tem perfeita saúde; logo, está enferma, pois a enfermidade não é mais que falta de saúde. Assim, quando a alma nenhum grau de amor tem, está morta; se tem algum grau desse amor divino, por mínimo que seja, está rica, mas muito debilitada e enferma, pelo pouco amor que tem; e quanto mais o amor for aumentando, tanto mais saúde vai tendo; enfim, chegando ao amor perfeito, será também perfeita saúde. (Cântico Espiritual de São João da Cruz)