Teresinha do Menino Jesus: Padroeira das Missões




No dia 14 de dezembro de 1927, o Papa Pio XI proclamou "Santa Teresa do Menino Jesus padroeira principal de todos os missionários, homens e mulheres, e de todas as missões existentes em toda a terra, com São Francisco Xavier e com todos os direitos e privilégios que convêm a este título".


Teresinha nada realizou que merecesse aplausos do mundo, mas Deus convidou-a a encontrá-lo nas coisas mais insignificantes. Deu-lhe a missão de nos lembrar o valor dos "pequenos nadas" da vida. Aquelas coisas que nos passam tão despercebidas que não somos capazes de ver Deus nelas, como na experiência de Elias da “bisa suave” (1 Rs 12).
Nada há de extraordinário na vida dessa monja carmelita descalça. O que há de especial em Teresinha é a simplicidade e a profundidade com que procurou corresponder ao amor e à misericórdia de Deus.
Mesmo sem deixar o seu Carmelo para ir evangelizar em terras distantes, seu desejo de ser missionária era tão intenso que chega a confessar que não desejava sê-lo somente durante alguns anos, mas desde a criação até a consumação dos séculos. Além do mais afirma que uma só missão não lhe bastaria. Seu interesse pela ação missionária da Igreja manifesta-se na correspondência que manteve com dois missionários, a quem manifestava seus ideais de partir em missão.
O ardor missionário de Teresinha se manifesta no seu zelo em salvar almas, isto é, conduzir as pessoas a Deus. Sua missão é fazer Deus amado, adorado, por seu amor, por sua bondade. No Carmelo compreende que sua missão era "fazer amado o Rei do céu, submeter-lhe o reino dos corações..."
Teresinha ajuda-nos a refletir que missão não é somente sair pelo mundo a levar o Evangelho, mas que podemos sê-lo por meio da oração, dos sacrifícios diários e pelo profundo desejo de que Jesus seja conhecido e amado.
Como nos orienta a Igreja: A oração é o sustento da ação missionária. Sendo assim, a eficácia da evangelização depende da união com Deus. O trabalho de um apóstolo será mais eficaz se ele for um contemplativo. Um contemplativo será tanto mais autêntico quanto mais apostólica for sua intenção. Desta maneira, nem a ação missionária se torna ativismo e nem a vida contemplativa intimismo.

Que Santa Teresinha interceda por toda a ação missionária da Igreja. Amém.



Em uma carta do dia 15 de agosto de 1892, dirigida à sua irmã Celina Teresinha nos dá a entender a importância do apostolado por meio da oração.


“Há pouco veio-me um pensamento que tenho necessidade de contar à minha Celina. Certo dia em que pensava o que poderia fazer para salvar as almas, uma passagem do Evangelho mostrou-me uma viva luz. Outrora Jesus dizia a seus discípulos mostrando-lhes os campos de trigo maduro: ‘Levantai os olhos e vede como os campos estão já brancos para a colheita’ (Jo 4,35b), e um pouco mais tarde: ‘Em verdade a messe é grande, mas o número de operários é pequeno; pedi, pois, ao dono da messe que envie operários’ (Lc 10,2). Que mistério!... Jesus não é todo-poderoso? Por que Jesus diz então: ‘Pedi ao dono da messe que envie operários’? Por quê? Ah! É que Jesus tem por nós um amor tão incompreensível que Ele quer que tomemos parte com Ele na salvação das almas. Nada quer fazer sem nós. O Criador do universo espera a prece duma pequena alma para salvar as outras almas resgatadas com ela ao preço de todo Seu sangue. Nossa vocação não é a de ir ceifar os campos dos trigais maduros. Jesus não nos diz: ‘Abaixai os olhos, olhai os campos e ide lá ceifar’. Nossa missão é ainda mais sublime. Eis as palavras de nosso Jesus: ‘Levantai os olhos e vede’. Vede como em meu céu há lugares vazios, cabe a vós enchê-los, vós sois meus Moisés orando sobre a montanha, pedi-me operários e eu enviarei, espero apenas prece, um suspiro de vosso coração!...
O apostolado por meio da oração não é por assim dizer mais elevado do que o da palavra? Nossa missão como Carmelitas é formar operários evangélicos que salvarão milhares de almas das quais nós seremos as mães... Celina, se estas não fossem as mesmas palavras do próprio Jesus, quem ousaria acreditar?... Acho que nossa parte é muito bela, que temos nós de invejar os padres?...”.

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