29 de Julho - Santa Marta
Santa era Marta, e não dizem que fosse contemplativa. Logo, que mais desejais do que poder chegar a ser como essa bem-aventurada, que mereceu ter Cristo Nosso Senhor tantas vezes em sua casa, dando-Lhe de comer, servindo-O e comendo com Ele à sua mesa? Se todos ficassem como Madalena, embevecida, não haveria quem desse de comer a esse divino hospede. Pensai, pois, que esta congregação é a casa de Santa Marta, devendo nela haver de tudo; e quem for levada pela vida ativa, não fique murmurando contra as que muito se absorvem na contemplação, pois sabe que, mesmo que elas se calem, o Senhor saí em sua defesa, já que, na maior parte do tempo, ele as faz se descuidarem de si e de tudo.
Recordai-vos de que é necessário ter alguém que faça a comida do Senhor, e considerai-vos felizes por O servirdes como Marta. Vede que a verdadeira humildade reside em nossa disposição de nos contentar com aquilo que o Senhor quiser de nós e em nos considerar sempre indignas de ser tidas por Servas Suas. Se contemplar, ter oração mental, ter oração vocal, curar enfermos, servir nas coisas da casa e trabalhar - mesmo nas tarefas masi humildes - é servir ao Hóspede que vem ter conosco, ficando em nossas companhia, comendo conosco e conosco se recreando, que nos importa servi-Lo mais de uma maneira do que de outra?
Santa Teresa de Jesus
(Caminho de Perfeição 17, 5-6)
Mártires de Guadalajara - Relato do martírio
RELATO DO MARTÍRIO DE TERESA DO MENINO JESUS, PILAR E MARIA ÁNGELES
(O que si segue – disse a autora- o relato do martírio de nossas três religiosas, é a cópia do relato que mandamos ao O Monte Carmelo para ser publicado no mês de novembro de 1939)
Então as irmãs Teresa do Menino Jesus (que tinha vinte e sete anos de idade e onze de profissão) se ofereceu para acompanhar a irmã Pilar e a irmã Ángeles a casa de uma conhecida sua, certa de que as receberiam com gosto. Seriam quatro da tarde quando saíram de casa e, passado algum tempo, quem sabe uns quinze ou vinte minutos, ouvimos umas explosões ali próximo que nos sobressaltaram, e rezamos uma Salve por aqueles “pobres que acabaram de cair”, sem suspeitar que “aqueles pobrezinhos”, eram nossas irmãs! Nossa angústia e temor foram grandes quando soubemos que acabaram de fuzilar as três religiosas na rua, e este temor ia aumentando ao ver que se passavam as horas e a irmã Teresa não voltava, como o que foi combinado.
Infelizmente este temor se converteu em uma triste realidade. O que nos contaram as testemunhas foi o seguinte. Como nossas irmãs encontraram fechada a casa aonde iriam( que ficava na rua Francisco Cuesta), retornaram, subindo pela rua Miguel Fluiters. Um pouco mais acima do Hotel Palace, situado na dita rua, estava parado um automóvel no qual havia um grupo de milicianos e milicianas vestidos de “monos” (uniformes de associações de trabalhadores). Tinha nas mãos enormes machados que causavam enorme pavor e estavam comendo. Quando nossas religiosas iam chegando próximo do automóvel, uma miliciana, ao vê-las, disse: “Essas são monjas, atirem nelas”. Todos saíram do carro precitadamente dirigindo-se para elas, mas as pobrezinhas, atemorizadas, voltaram no intento de sair pela rua Francisco Cuesta; mas aqueles facínoras, ao chegar quase em frente ao hotel, lhes apontaram os fuzis e dispararam.
A irmã Àngeles e a irmã Pilar caíram no chão quase na esquina da dita rua. A primeira dizem que morreu no ato e a irmã Pilar começou a gritar com excessivas dores. A cena era estarrecedora. Juntou muita gente, como acontece em tais situações, para presenciar o sangrento espetáculo. Conduziram a pobrezinha a uma farmácia, situada quase em frente, precisamente quando o dono do estabelecimento, temendo a excitação popular, ia baixando as portas. Ao ver seu estado, disse que ali não podiam fazer nada, que a levassem a Cruz Vermelha. Ao passar um carro, o fizeram parar para que a transportasse; mas no que ia puxando o punhal, lhes disse: “tragam-nas aqui, que eu as matarei”. Então um dos presentes, indignado, exclamou: “Que bestas!”. O carro seguiu o seu caminho e, quem sabe meia hora depois do trágico acontecimento, passaram outros que a recorreu.
A irmã Ángeles a levaram para o cemitério e a irmã Pilar foi levada em uma ambulância, escoltada pela guarda da Cruz Vermelha, que estavam instaladas na praça Marlasca. Na praça se fizeram aglomerações de todas as milícias ferroviárias e milicianos vindos de Madrid para a tomada de Guadalajara, verificada dois dias antes pelo exército vermelho. Os ânimos estavam mais exaltados que se podem imaginar, e nossa querida irmã foi o alvo do ódio daquelas multidões enfurecidas, pois, ao verem a ambulância que levavam uma monja começaram a gritar:” Matem-na, matem-na!”. Deste modo nosso Senhor associou a vítima a sua dolorosa paixão, fazendo-a participante de sua crucificação.
Na Cruz Vermelha levaram para a mesa de cirurgia para avaliação. Uma bala rompeu a sua coluna vertebral e outra atravessou a barriga. A pernas caiam para todos os lados, e um joelho, e também um ombro estavam destroçados por balas. Todo o seu corpo estava em um lastimável estado. Dizem que também tinha sinais de ferimentos nas costas e que havia levado uma facada na cintura deixando o um rim amostra pelo ferimento. Estava em estado de agonia, com os olhos perdidos, como que desatinada angustia que sentia e pelas grandes dores, não cessava de repetir:” Que aflição! Sede. Mas, que fiz eu para que me tratem assim? Deus meu, perdoe-os pois não sabem o que fazem!”
A exemplo de seu Divino Esposo, aos gritos de ódio de seus inimigos, saiam de sua boca palavras cheias de perdão e amor. Era uma cena arrasadora. E não somente as pessoas da Cruz Vermelha que a cuidavam com caridade, mas também outras que depois de manifestar sua idéias comunistas, estavam comovidas e derramavam lágrimas de compaixão que se somavam aos olhos de alguns dos presentes; mas o terror era tal que nem sequer se atreveram a libertarem pelo medo que fossem julgados com um ato de protesto que poderia lhes custar a vida, medo muito justificado, pois a apenas alguns passos da praça, a agitação e tumulto reinavam e era capaz de amedrontar o ânimo mais corajoso. Mas naqueles trágicos momentos quem mais sofria era nossa querida irmã Pilar ao dar-se conta que estava entre homens. Isto somente poderá compreender bem que conhecia sua maneira de ser neste ponto.
A senhorita Maria Carrasco, dentista de profissão, que havia oferecido seus serviços a Cruz Vermelha, estava presente e com grande caridade sustentava os seus braços, colocando alguns pedaços de gelo em sua boca para aliviar sua sede. Ao perceber a nossa irmã, por sua vez, que era uma mulher que estava ao seu lado, a pesar de sua agonia, fazendo um angustiante esforço, levantou a cabeça e agarrando-se a ela como a uma tábua de salvação, lhe disse em tom suplicante e aflito: “Não me deixe!” Ao ver sua aflição o médico que estava presente – o inspetor provincial de saúde – Dom Luis Suárez de Puga, pessoa de muitas boas qualidades - , impressionado, disse para a tranquilizá-la: “Não se apavore, que nossos estamos cuidando de você.”
Como seu estado era desesperado, pois já estava morrendo não puderam realizar nenhuma cirurgia, limitaram apenas a envolvê-la com gazes e algodão para que o sangue não escorresse pela rua, e entre três ou quatro pessoas a colocaram em uma maca para que fosse levada ao hospital e não morresse ali. Desde então, não se voltou a falar mais nada e ali permaneceram até que a multidão amotinadas se retirassem para que fossem até o hospital.
Dos seus últimos momentos sabemos o seguinte da boca de uma irmã de caridade que estava no hospital e que assistiu o seu último suspiro. Quando chegou, um dos médicos disse baixinho a essa religiosa: “É uma monja”. Então a levaram a uma sala retirada a religiosa e um enfermeiro que a cuidaram e perceberam que seu corpo estava destroçado e a túnica de lã (que não lhe foi tirada) toda ensopada de sangue. A colocaram em uma cama e a religiosa, muito baixo para não ser ouvida, lhe disse algumas ejaculatórias. Quem sabe os cinco minutos de sua chegada, expirou nos braços desta amorosa irmã exclamando uma vez mais: “Deus perdoa-os eles não sabem o que fazem!” Deste modo entregou sua bela alma a Deus, para receber a palma do martírio. Seu corpo levado na mesma tarde para o cemitério onde foi enterrada em uma cova comum com outros mortos. Tendo a idade de 58 anos e 38 de vida religiosa. Era chamada de irmã María Pilar de San Francisco de Borja e era natural de Tarazona (Saragoza).
Agora nos referiremos ao acontecido a nossa querida irmã Teresa do Menino Jesus. Ao disparo dos tiros, quando caíram as outras religiosas, a pobrezinha assustada não sabendo onde se refugiar-se, tentou entrar no Hotel Palace, mas à porta estavam vários milicianos que a impediram de entrar. Neste crítico momento apareceu ali um miliciano chamado Raimundo Palero, até o presente refugiado na França, homem de baixos sentimentos e idéias comunistas bem acentuadas, a qual, o qual, ao ver aquele alvoroço perguntou: “Que se passa?” Depois de ser inteirado do que se tratava aproximou da irmã Teresa deu-lhe o braço e, procurando enganá-la, lhe disse com irônica compaixão: “Esses são uns bárbaros. Não têm cuidado com a senhora, eu a levarei aonde não lhe acontecerá nada.” E dizendo isto, jogou-a na rua que vai para o cemitério. O que no caminho se passou, não sabemos ao certo; mas muito sofreu nossa irmã conhecendo os seus maus intentos.
São variadas as coisas que foram sido referidas, mas não as relataremos aqui porque não nos foram constadas pelas testemunhas oculares. Sem demora, uma pessoa digna de fé nos afirmou que uma amiga sua, professora e que agora esta ausente, a viu no caminho do cemitério acompanhada dos comunistas, entre eles esse tal Palero, o qual ia fazendo gestos aos outros que aquela era para ele e que, obrigando-a a gritar: “Viva o comunismo, viva Azaña!, e outras coisas sobre o comunismo, ela respondia com intrepidez: “Viva Cristo Rei!”, “Viva o Coração de Jesus!”.
Desde o primeiro dia as outras pessoas contaram quase o mesmo, ainda que com algumas variantes. Também afirmaram que ela enfrentou os assassinos e lhes jogou na cara a covardia de terem matado as duas religiosas indefensas. Tudo isto pode ter acontecido, mas durante o trajeto, e não no mesmo lugar onde elas foram fuziladas. O que sabemos ao certo é o que foi contado por uma testemunha ocular, o senhor Olmeda, agente funeral nesta cidade. Ia ao cemitério este senhor levando uma caixa. Estando já relativamente próximo, ao desembocar na rua que vai para o cemitério, viu que mais adiante iam três indivíduos que levavam a irmã Teresa, e, antes de chegar ao primeiro banco de pedra, ela se pôs a correr com os braços em cruz gritando: “Viva Cristo Rei!”, como se quisera separar-se daquela impura companhia para cair nos braços de seu Esposo celestial.
Então, um deles, o já citado Palero, apontou lhe o fuzil e disparou. Ao receber os tiros pelas costas, caiu ao chão. Eles aproximando-se, revistaram uma maleta que levava, mas não encontraram mais que um livro, umas estampas, um rosário, ect. Os jogaram no chão e se foram. O senhor Olmeda, que enquanto tudo se passava havia se escondido na esquina, prosseguiu seu caminho. Ao passar junto de nossa mártir, se deteve e viu que saia sangue pela boca e estava em convulsão. Olhou para maleta, porém não se atreveu a pegar nada e a deixou no mesmo lugar. Ao chegar no cemitério, comunicou o ocorrido ao zelador, o qual contestou: “ Abandou a senhora; era uma monja que eles mataram!” Este infeliz foi condenado a morte no ano de 1940, sendo fuzilado na cidade de Guadalajara.
Quando o senhor Olmeda voltava a sua casa, ia de tal maneira impressionado que, ao chegar onde ela estava, passou junto a parede sem olhar. Quem sabe meia hora depois, ou um pouco mais, teve que ir levar outra caixa e já a encontrou dentro do cemitério, morta no chão. Ali a jogaram como se fosse um saco. Estava muito branca, com um branco cadavérico, e com os olhos fechados. Dizem que o senhor se aproximou dela para olhar e naquele momento, certamente por causa de alguma contração muscular, abriu os olhos permanecendo com eles abertos. Tinha a irmã Teresa do Menino Jesus 27 anos de idade e onze de vida religiosa e era natural de Mochales (Guadalajara). Quando entrou aos 16 anos era uma excelente organista.
Estes são os únicos dados que temos recolhido a respeito de nossas irmãs mártires, depois de terminada a terrível tormenta comunista, pois as testemunhas de outras coisas que aconteceram estão refugiadas na França ou presos por estes ocorridos e, por tanto impossibilitados de nos dar qualquer informação verídica.
Daniel de Pablo Maroto, ocd, Martirio em Guadalajara-relato de uma testigo
Revista de Espiritualidad nº 271 abril/Junho de 2009
BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA, MÃE DA DIVINA GRAÇA
DIA 23 DE JULHO - MEMÓRIA NA OCD
PRESDESTINADA DESDE A ETERNIDADE JUNTO COM A ENCARNAÇÃO DO VERBO DIVINO, COMO MÃE DE DEUS, POR DESÍGNIO DA PROVIDÊNCIA DIVINA, A BEM-AVENTURADA VIRGEM FOI NESTA TERRA À SUBLIME MÃE DO REDENTOR, SINGULARMENTE MAIS QUE OS OUTROS SUA GENEROSA COMPANHEIRA E HUMILDE SERVA DO SENHOR. ELA CONCEBEU, GEROU, NUTRIU A CRISTO, APRESENTOU-O AO PAI NO TEMPLO, SOFREU COM SEU FILHO QUE MORRIA NA CRUZ. ASSIM DE MODO INTEIRAMENTE SINGULAR, PELA OBEDIÊNCIA, FÉ, ESPERANÇA E ARDENTE CARIDADE, ELA COOPEROU NA OBRA DO SALVADOR PARA A RESTAURAÇÃO DA VIDA NA ORDEM NATURAL DAS ALMAS. POR TAL MOTIVO ELA SE TORNOU PARA NÓS MÃE NA ORDEM DA GRAÇA.(LUMEN GENTIUM 61).
" Maria, Mãe dos mortais.
as nossas preces acolhes;
escuta, pois, nossos ais,
e sempre, sempre nos olhes."
FUNDAÇÃO DO CARMELO NOSSA SENHORA DO SORRISO E SANTA TERESINHA – PARNAMIRIM–RN
O dia da festa de Nossa senhora do Carmo deste ano de 2009 foi mais um dia de grande alegria para o Carmelo brasileiro. Além de celebrarmos a mais importante festa litúrgica do Carmelo, tivemos a fundação de mais um "pombalzinho da Virgem", como dizia a Santa Madre Teresa.
A Eucaristia que marcou o início desta fundação foi presidida pelo Arcebispo de Natal , d. Matias e com a presença do sr. Arcebispo emérito de Natal, d. Heitor, que trabalhou muito para ter Carmelo Teresiano aqui, do sr. Bispo auxiliar de Fortaleza, d. José e contou com cerca de 35 sacerdotes entre religiosos e diocesanos, do presbitério local.
As Irmãs fundadoras do Carmelo são: Ir. Rosângela Maria de Jesus, Ir Maria Amada de Jesus, Ir. Maria Ângela, Ir. Ana de Jesus, Ir. Maria Angélica. Ir. Teresa Cristine e a aspirante Maria Caroline.
Estavam representando o Carmelo teresiano a Priora do Carmelo Fundador, Ir. Elizabeth e da Ir. Josefina, três monjas do Carmelo de Bananeiras, PB, além de fr. Fábio Magno e fr. Alzinir Carmelitas Descalços e membros do Carmelo Secular de Teresina.
Contamos com a presença de numerosos, amigos do Carmelo de Teresina – PI e da Ordem Secular. Havia amigos de Fortaleza – CE, além dos familiares das monjas, além da chuva que caía sobre a região metropolitana de Natal (que nos recordou a chuva implorada pelo profeta Elias – I leitura da festa do Carmo).
A celebração eucarística teve início as 9 da manhã na capela S. Pedro do centro Emaús, da Arquidiocese de Natal. Logo após os ritos iniciais foi lido o breve da Sé Apostólica, que permitia a fundação do Carmelo Nossa Senhora do Sorriso e Santa Teresinha na Arquidiocese de Natal – RN. A seguir foi lida também a autorização do sr. Arcebispo que permitia a presença das Carmelitas Descalças. Em sua homilia, D. Matias discorreu sobre a vida Religiosa no documento de Aparecida, em particular a vida contemplativa, que acompanha Jesus ao monte para estar com ele na contemplação e que é testemunha de que "só Deus basta encher a vida de alegria e de sentido". A Celebração seguiu o rito normal, animada por belos cantos de um grupo paroquial de Natal.
Depois da Comunhão d. Heitor falou sobre a graça de ter o Carmelo na Arquidiocese e foram apresentadas as Irmãs para os presentes. O Prefeito de Parnamirim, que participou da celebração e também tem se esforçado para as devidas licenças de construção do Carmelo tomou a palavra e falou da importância deste Carmelo para sua Cidade e suas lutas. Foi lida também a bênção Papal ao novo Carmelo pelo fr. Fábio. Fr. Alzinir recordou o sentido da vocação das Carmelitas Descalças, segundo o ideal de S. Teresa de Jesus; a madre vigária Maria de Jesus, reforçou o aspecto orante e de sacrifício da vida das carmelitas descalças em prol da Igreja e da sociedade e do mundo inteiro.
No final foi lida e assinada a Ata de fundação do mosteiro e após a bênção, ocorreu a procissão até a casa provisória, próxima da capela onde foi celebrada a Eucaristia, para a bênção da sede do mosteiro.
Após o almoço, servido na Casa do Clero, que se encontra no mesmo terreno onde fica o mosteiro provisório, foi realizada a procissão com o SS. Sacramento e a benção do SS. já na capela do novo mosteiro, ornada com uma bonita imagem de N. Senhora do Sorriso e de S. Teresinha.
Como ato conclusivo foram fechadas as portas e assim deu-se início à clausura, sinal da busca do "único necessário", pela oração e recolhimento fraterno, típico da vida carmelitana.
O endereço do novo mosteiro é:
CARMELO NOSSA SENHORA DO SORRISO E SANTA TERESINHA
R. PE. Luís Gonzaga do Monte, 635 – Bairro Emaús
59.148-440 - Parnamirim – RN
E-mail: Carmelo.natalrn@hotmail.com
Nossa gratidão e preces por todos os benfeitores e amigos deste Carmelo, pedindo que a Virgem do Carmo os ampare e guarde com seu escapulário. Que ele seja um "sorriso da Virgem" a toda a igreja de Natal.
(Fotos: Sr. Otávio e Maria Roque, a quem agradecemos a gentileza)
20 de Julho-Santo Elias Profeta
A história da humanidade tem seu centro na história da salvação. Seu eixo consubstancia-se na luta entre o bem e o mal, entre os filhos da luz e os filhos das trevas, entre os que são de Deus e os sequazes do demônio, conforme ensina São Luís Grignion de Montfort. Nesta luta que vai durar até o fim do mundo, ocupa o Profeta Elias um lugar único. Lutador indômito contra os idólatras de seu tempo, arrebatado por Deus num carro de fogo, ele virá no fim do mundo para combater o Anticristo, segundo a interpretação de conceituados exegetas e tradição imemorial.
Elias foi, diz São Bernardo, “modelo de justiça, espelho de santidade, exemplo de piedade, o propugnador da verdade, o defensor da fé, o doutor de Israel, o mestre dos incultos, o refúgio dos oprimidos, o advogado dos pobres, o braço das viúvas, o olho dos cegos, a língua dos mudos, o vingador dos crimes, o pavor dos maus, a glória dos bons, a vara dos poderosos, o martelo dos tiranos, o pai dos reis, o sal da terra, a luz do orbe, o Profeta do Altíssimo, o precursor de Cristo, o terror dos baalitas, o raio dos idólatras” (De Consideratione, lib. IV, in fine, apud Cornelii a Lapide, Commentaria in Scripturam Sacram, In Librum III Regum, Cap. XVII).
Destemida increpação ao rei idólatra
Em tempos de Elias, meados do século IX a.C., a terra ocupada pelos hebreus — a mesma originariamente prometida por Deus a Moisés — estava dividida em dois reinos: Israel e Judá. O reino do Norte, Israel, caíra na idolatria e adorava Baal, o deus da sensualidade, servido por 850 sacerdotes por ordem do rei Acab e de sua mulher Jezabel, ela de origem fenícia.
Tomado de zelo pela causa do Senhor, Elias levanta-se e increpa o rei idólatra: “Viva o Senhor Deus de Israel em cuja presença estou, que nestes anos não cairá nem orvalho nem chuva, senão conforme as palavras de minha boca (III Reis, XVII, 1). Em seguida se retira para o deserto, onde corvos levam-lhe milagrosamente o alimento.
O céu se fecha e torna-se pesado como chumbo, a terra fica árida, rios e ribeiros secam-se, até mesmo o riacho no qual Elias se dessedenta. E o profeta sente ele mesmo o peso do terrível castigo imposto a Israel.
A primeira ressurreição de que se tem notícia na História
Refugia-se então em Sarepta, junto a uma viúva que, por ordem de Deus, deve alimentá-lo. Paupérrima, ela só tem um pouco de farinha, com a qual coze um pão para o profeta. Contudo acontece algo inesperado. Morre o filho único da viúva, a qual, em seu desespero, increpa duramente o homem de Deus.
Elias porém lhe diz: “Dá-me o teu filho. E tomou-o do seu regaço e levou-o à câmara onde ele estava alojado, e o pôs em cima do seu leito. E clamou ao Senhor e disse: Senhor meu Deus, até a uma viúva que me sustenta como pode, afligiste, matando-lhe seu filho?” Reclinando-se três vezes sobre o menino, pede a Deus: “Senhor, meu Deus, faze, te rogo, que a alma deste menino volte às suas entranhas. E o Senhor ouviu a voz de Elias” (III Reis, XVII, 22-23).
O filho da viúva de Sarepta volta à vida. É o primeiro caso de ressurreição que a História relata.
Profetas de Baal exterminados por Elias
Entrementes a seca vai se tornando cada vez mais insuportável. O momento de agir em grande estilo se aproxima. O rei Acab, o perseguidor dos profetas de Deus e dos varões fiéis, vai ao encontro de Elias e o interpela: “Porventura és tu aquele que trazes perturbado Israel?” E Elias responde: “Não sou eu que perturbei Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por terdes deixado os Mandamentos do Senhor e por terdes seguido Baal. Mas não obstante, manda agora, e faze juntar todo o povo de Israel no monte Carmelo, e os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas dos bosques que comem da mesa de Jezabel. Mandou pois Acab chamar todos os filhos de Israel, e juntou os profetas no monte Carmelo” (III Reis, XVIII, 17-20).
Diante dos profetas de Baal, Elias increpa o povo: “Até quando claudicareis vós para os dois lados? Se o Senhor é Deus, segui-o; se, porém, o é Baal, segui-o. .... Eu sou o único que fiquei dos profetas do Senhor, mas os profetas de Baal chegam a quatrocentos e cinqüenta homens. Contudo dêem-nos dois bois, e eles escolham para si um boi, e, fazendo-o em pedaços, ponham-nos sobre a lenha, mas não lhe metam fogo por baixo; e eu tomarei o outro boi, e o porei sobre a lenha, e também não lhe meterei fogo por baixo. Invocai vós os nomes dos vossos deuses, e eu invocarei o nome do meu Senhor; e o Deus que ouvir, mandando fogo, esse seja considerado o verdadeiro Deus”.
Os profetas de Baal sacrificam o boi, colocam-no sobre a lenha e clamam, horas a fio, por seu falso deus. Baal não lhes responde. “Gritai mais alto, porque ele é um deus, e talvez esteja falando, ou em alguma estalagem, ou em viagem, ou dorme, e necessita que o acordem” — escarnece Elias.
Desesperados, os falsos profetas cortam-se com estiletes, oferecem sangue ao ídolo. Tudo em vão. O sangue idólatra corre, mas do céu não desce fogo.
Elias então constrói um altar de doze pedras, simbolizando as doze tribos de Israel. Empilha a madeira, molha tudo com água, e sobre o altar coloca o boi sacrificado. E então se dirige a Deus: “Senhor, Deus de Abraão e de Isaac e de Israel, mostra hoje que és o Deus de Israel e que eu sou teu servo, e que por tua ordem fiz todas estas coisas. Ouve-me, Senhor, ouve-me para que este povo aprenda que tu és o Senhor Deus, e que converteste novamente o seu coração” (III Reis, XVIII, 36).
Então desce fogo do céu e consome o holocausto, não só o boi, mas a lenha, as pedras e até mesmo a água! Ao povo — que exclama, de rosto por terra, “o Senhor é o Deus, o Senhor é o Deus” — ordena Elias: “Apanhai os profetas de Baal, e não escape deles nenhum só” (III Reis, XVIII, 40).
Os falsos profetas de Baal são trucidados junto à torrente do Cison. Em parte pelo povo, em parte por Elias, estuante de ardor pela causa do verdadeiro Deus. De onde comentar Cornélio a Lápide: “Verdadeiramente ígnea foi a sua mente, ígnea a sua palavra, ígnea a sua mão, com que converteu Israel”.
Fim da terrível seca, fuga e nova missão do Profeta
E Elias se dirige ao rei Acab, prometendo-lhe o fim da terrível seca: “Vai, come e bebe, porque já se ouve o ruído de uma grande chuva”. Acompanhado de um criado, Elias sobe ao alto do monte Carmelo, prostra-se e reza pedindo a chuva, até que o servo lhe comunica o aparecimento de uma pequenina nuvem. Nuvem precursora de uma grande tempestade, que interrompeu a seca que já perdurava por três anos, como castigo pelo pecado de idolatria em que caíra o povo eleito.
Jezabel, porém, fica sabendo da morte de seus profetas e jura matar Elias: “Os deuses me tratem com toda severidade, se eu, amanhã a esta mesma hora, não te fizer perder a vida, como tu a fizeste perder a cada um deles” (III Reis, XIX, 2).
A ameaça de Jezabel enche Elias de temor. Elias que fechara os céus, que enfrentara o poderoso rei Acab, que ressuscitara um morto, que desafiara e vencera os profetas de Baal; Elias, cujo nome significa “o Senhor é poderoso”, estremece com a ameaça da rainha. Contudo, comenta Cornélio a Lápide, seu temor não vinha tanto pelo medo da morte iminente quanto pelo receio de que, caso morresse, a verdadeira fé se extinguisse em Israel e Baal saísse vitorioso.
Elias foge para o deserto, onde um anjo o alimenta com pão e água e lhe ordena que se dirija ao monte Horeb. Quarenta dias e quarenta noites leva Elias para chegar ao Horeb. E chegado ao monte do Senhor, Deus o interpela: “Que fazes aqui, Elias?”
— “Eu me consumo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos — responde Elias — porque os filhos de Israel abandonaram a tua aliança, destruíram os teus altares, mataram os teus profetas e eu fiquei só” (III Reis, XIX, 10).
Deus fala com Elias, não no terremoto, mas ao “sopro de uma branda viração”. E lhe dá uma tríplice missão: Ungir Hazael como rei da Síria; a Jehu como rei de Israel; e a Eliseu como profeta “em teu lugar”.
Elias encontra Eliseu arando a terra e lança sobre ele seu manto. E desde então Eliseu é outro homem. De camponês torna-se seguidor de profeta e profeta ele mesmo.
Morte de Jezabel, a perseguidora do Profeta
Entrementes a poderosa Jezabel confiscara a viva força a vinha de Nabot e o mandara matar. Caso típico de espoliação indébita de terra, ao arrepio do direito de propriedade. O castigo divino não se faz esperar.
Deus ordena a Elias aparecer diante de Acab e exprobá-lo: “Neste lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão eles também o teu sangue” (III Reis, XXI, 19). O profeta anuncia ainda o castigo de Jezabel: “Os cães comerão Jezabel no campo de Jesrael”. Apavorado, Acab faz penitência. E Deus não o castiga. Mas a cólera divina cai verticalmente sobre a cabeça da ímpia Jezabel. Jogada de uma janela de seu palácio, ela é esmagada por cascos de cavalos e devorada por cães. Quando servos vão pegar seu corpo para enterrá-lo, só encontram o crânio e alguns ossos.
Acab é sucedido pelo rei Ocozias, o qual, adoecendo pouco tempo depois de subir ao trono, manda consultar um oráculo de Belzebu. Elias encontra-se com os mensageiros do rei e os interpela: “Porventura não há um Deus em Israel para vós virdes consultar Belzebu, deus de Acaron?” (IV Reis, I, 3). E anuncia que o rei não se levantará mais da cama.
Irritado, Ocozias manda um capitão e 50 homens para prenderem o profeta. Elias faz descer fogo do céu, que consome os soldados. O rei manda novamente outro capitão com cinqüenta homens, por sua vez consumidos também por fogo do céu. Pela terceira vez, envia Ocozias um capitão com cinqüenta soldados. Desta vez, o capitão pede misericórdia a Elias, que o poupa e a seus comandados. E Ocozias morre após o curto reinado de um ano.
Elias não morre, mas é arrebatado por Deus, para retornar no fim do mundo
Elias executa o tríplice encargo divino. Aproxima-se então o momento de ele abandonar a Terra. Para o comum dos homens isso significa pura e simplesmente morrer. Porém, para Elias, o Profeta das grandes exceções, a Providência tem outros planos. Arrebatado num carro de fogo e levado por Deus para lugar desconhecido, o Profeta deixa seu manto a Eliseu, seu discípulo e sucessor.
Cerca de 900 anos se passam e, no Monte Tabor, na cena empolgante da transfiguração de Jesus, Elias aparece, juntamente com Moisés, ao lado de Nosso Senhor. Do misterioso lugar onde presentemente se encontra, contempla ele o desenrolar da história da salvação, à espera do momento de voltar a intervir diretamente nos acontecimentos da Terra e preparar a segunda vinda de Cristo antes do Juízo Final.
E então, mais do que nunca, aplicar-se-á a Elias o elogio que dele faz o Espírito Santo: “E quem pode pois, ó Elias, gloriar-se como tu? Tu que fizeste sair um morto do sepulcro..., que precipitaste os reis na desgraça e desfizeste sem trabalho o seu poder..., que ouviste sobre o Sinai o juízo do Senhor, e sobre o Horeb os decretos de sua vingança; que sagraste reis para vingar crimes, e fizeste profetas para teus sucessores; que foste arrebatado num redemoinho de fogo...; tu, de quem está escrito que virás para abrandar a ira do Senhor, para reconciliar o coração dos pais com os filhos, e para restabelecer as tribos de Jacó. Bem-aventurados os que te viram e que foram honrados com a tua amizade” (Ecles. XLVIII, 4-11).
Leia a matéria sobre o Escapulário do Carmo
A Gruta de Elias
Haifa, cidade portuária ao norte de Israel. Uma urbe moderna como tantas outras. Com o bulício, o trânsito agitado, os viadutos e arranha-céus de uma mini-São Paulo. Porém, na parte superior do promontório que se adentra pelo mar, a atmosfera é outra. O bulício cessa, as ruas são mais limpas e as residências aprazíveis. No alto do monte que leva o nome Carmelo, (em hebraico, “Jardim de Deus” ), encontra-se indubitavelmente um dos lugares mais abençoados da Terra Santa. No mosteiro dos carmelitas, o peregrino pode visitar sob o coro da igreja, escavada em pedra e envolta pelas sombras acolhedoras do edifício sagrado, a gruta de Elias, pequeno e austero refúgio de um dos varões mais brilhantes da História da humanidade.
Foi aí, nessa humilde gruta, longe e acima do mundo, no silêncio e na contemplação, que Elias rezou com o rosto inclinado por terra, pedindo a Deus que mandasse chuva e terminasse com a tremenda seca que assolava Israel.
Sete vezes ordenara o grande Profeta a seu servo divisar no horizonte, para as bandas do mar, o aparecimento de nuvens. Na sétima vez, o criado voltou dizendo que vira uma nuvenzinha do tamanho de uma pegada, surgindo no horizonte. Era afinal o prenúncio da chuva vindoura.
Era mais do que isso. Era a promessa da vinda de Nossa Senhora, a Mãe do Salvador do mundo. Assim como a nuvem subia das águas do mar, porém não lhe tendo o sal, assim a Mãe do Redentor surgiria, imaculada, de uma humanidade concebida no pecado original. Desta nuvenzinha cairia uma chuva regeneradora, símbolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, Redentor do gênero humano. E assim, na antevisão do nascimento, nove séculos mais tarde, da Santíssima Virgem, tornou-se Elias o primeiro devoto de Maria, o cabeça de uma plêiade de varões que — através de uma impressionante sucessão, que daria na Ordem do Carmo — iriam louvar Maria ao longo de toda a História. E coube a um filho espiritual de Santo Elias, São Simão Stock, receber no ano de 1251 o Escapulário, esse meio ímpar de salvação.
17 de julho - Beata Teresa de Santo Agostinho e companheiras
Beata Teresa de Santo Agostinho, Madeleine-Claudine Ledoine, (Paris, 22 de setembro de 1752 — Paris, 17 de julho de 1794) foi uma religiosa carmelita descalça, priora do Carmelo da Santíssima Encarnação, em Compiègne, guilhotinada com as demais religiosas do mosteiro.
A Beata Teresa e companheiras foram beatificadas em Roma, no dia 27 de maio de 1906, por São Pio X. São veneradas pela Igreja Católica como beatas, virgens e mártires. Sua memória é no dia 17 de julho, sendo que no Brasil é celebrada no dia 18 de julho, dado que naquele dia celebra-se a memória dos beatos Inácio de Azevedo e companheiros.
O amor sempre vencerá, o amor tudo pode.
O grupo de religiosas carmelitas lideradas por Madre Teresa de Santo Agostinho era composto por 16 mulheres: 10 monjas, 1 noviça, 3 irmãs leigas, 2 irmãs porteiras.
Freiras Mártires na França - As Irmãs carmelitas de Compiègne
Por Frei Felisberto Caldeira de Oliveira
----------No começo da Revolução Francesa em1789, o Carmelo de Compiégne compunha-se de dezesseis irmãs de coro, três irmãs leigas e duas externas. Madre Teresa de Santo Agostinho, a priora tinha sido eleita em 1786.
----------Os impactos da Revolução começaram a ser sentidos entre as irmãs de Compiège quando sua jovem noviça, Irmã Constância, foi impedida de fazer sua profissão em 15 de dezembro de l789, por causa de um decreto da Assembléia Nacional proibindo expressamente o pronunciamento de votos religiosos na França. Esta proibição da profissão religiosa marcou o começo de uma complexa corrente de acontecimentos que levou à demissão da comunidade de Compiègne.
----------Em 4 e 5 de agosto de l790, a Comissão Distrital do Compiègne chegou ao convento para fazer um inventário de todas as suas possessões e interrogar cada uma das irmãs privadamente sobre suas intenções. Todas as irmãs expressaram o desejo de viver e morrer como uma carmelita.
Em setembro de l792, tudo está perdido para as Carmelitas de Compiègne. Todas as possessões do convento foram confiscadas em 12 de setembro, e, dois dias mais tarde, as irmãs foram forçadas a se retirar. Foram obrigadas a adotar um nome não religioso e não podiam viver mais como uma comunidade. As irmãs divididas em grupos separados moravam em três diferentes endereços, perto da Igreja de Santo Antônio,onde o capelão delas, Abbé Couroube, celebrava a missa para elas.
----------Em 19 de setembro fizeram o juramento Libertè-Egalité a fim de se capacitarem para receber a pensão do governo revolucionário. Nesta oportunidade a Priora propôs um ato de consagração, pelo qual a comunidade deveria oferecer-se a si mesma por todos os males infligidos à Igreja. Este ato de consagração começou a ser conhecido como voto de martírio da comunidade.
----------As Carmelitas foram finalmente transferidas para a infame Conciergerie de Paris em 13 de julho de 1794, permanecendo lá por quadro dia, durante os quais elas celebraram a festa de Nossa Sra. do Monte do Carmo. Nesta ocasião Irmã Julia de Neuville compôs um hino a ser cantado com a melodia da Marseillaise. No dia seguinte as irmãs compareceram diante do Tribunal Revolucionário de Fouquet-Tinville.
----------Dificilmente este poderia ser um tribunal. Não havia advogados, nem testemunhas, e não apresentaram nenhuma evidência. As dezesseis irmãs foram taxadas de “fanáticas`” pelo Tribunal e condenadas à morte por atividades contra-revolucionárias.
----------A Priora pediu ao carrasco o direito de morrer por último, a fim de poder apoiar as suas irmãs. Ela deu a cada uma das irmãs um copo de chocolate. O Oficio dos Mortos foi cantado no caminho do cadafalso, junto com o Miserere, Salve Regina e o Te Deum. Escondido na multidão, padres disfarçados abençoavam as irmãs e silenciosamente pronunciavam a fórmula da absolvição. Aos pés da guilhotina as carmelitas entoaram o Veni Creator renovaram os seus votos. A primeira a morrer foi a noviça Irmã Constance. Finalmente, a priora subiu para a morte com as palavras “O amor sempre triunfará”. Dez dias depois da execução das Carmelitas o Grande Terror terminou.
----------Cem anos depois, por ocasião do centenário do martírio, os Carmelitas decidiram levar avante a causa da beatificação. O processo começou em 28 de junho de 1896 a pedido do Carmelo de Compiègne, que havia sido restaurado em 1866. A Beatificação veio em 27 de maio de 1906. A história das irmãs Carmelitas de Compiègne exerceu uma grande influência religiosa no século XIX na França. Em setembro de 1896, Monsenhor de Teil falou sobre as mártires de Compiègne no Carmelo de Lisieux, na presença da Irmã Teresa do Menino Jesus. Por mais que tenha sido curta sua vida no Carmelo, esta futura santa era muito devota da memória das mártires de Compiègne.
1) A peça Diálogos das Carmelitas
----------Em 1953 o músico italiano Ricordi convidou Poulenc para compor uma grande peça para a casa de Opera Scala de Milão. A idéia original era um ballet baseado na vida de Santa Margarida de Ortona. Polenc achou este tema não ser inspirador e insistiu que ele preferiria compor uma Opera. Foi neste momento que Guido Valcarenghii, diretor do Ricordi,sugeriu a Peça de George Bernanos, Diálogos das Carmelitas como possível base para a ópera. A peça de Bernanos foi completada antes da morte do autor católico e foi preparada para um filme baseado em uma curta novela da escritora alemã Gertd von le Fort, intitulada A última no cadafalso (na língua orginal Die Letzt am Schafott). O trabalho de Von le Fort é importante em pelo menos um ponto: Ela introduz a figura fictícia de Blanche de la Froce pela primeira vez. Bernanos segue Von le Fort muito ligado a ela quando escreveu seus dramas. Para ele vários temas chaves emergem: o espírito de infância, pobreza, abandono à Divina Providência, a agonia de Cristo, a compreensão cristã da morte e a complementaridade natural da vocação religiosa e sua honra. Além disto, a obra de Bernanos está imbuída de profundo senso de paz, serenidade e alegria.
----------Poulenc começou a trabalhar na ópera com entusiasmo. Mas havia um problema, contudo, o Dramatista americano Emmet Lavery, havia adquirido os direitos de Gertrudd von lê Fort e tinha escrito uma peça em Inglês: O Canto do cadafalso, em 1949. Isto desencadeou uma complexa disputa legal que perseguiu os dois anos que Paulenc gastou em escrever sua ópera. A contenda finalmente foi resolvida com o acordo que o nome de Lavery apareceria no programa de cada performance da peça.
----------Paulenc tornou-se obsessivo pela ópera. Ele escreveu para um amigo: “Estou trabalhando como uma empregada, eu não saio, eu não vejo ninguém, eu não quero pensar a não ser nisto. Estou completando uma cena por semana. Estou quase louco por causa disto, a ponto de acreditar que conheci até tais mulheres.”
----------Na recente biografia de Paulenc, Benjamim Ivry fez uma interessante observação como parte do temperamento do compositor dos Diálogos, Father Griffin, um sacerdote carmelita de Dallas, escreveu para Poulenc, perguntando sobre o progresso da ópera. Recebeu como resposta do compositor o apelo que somente Deus sabia quando ele iria terminá-la. O padre então prometeu que todos os carmelitas dos Estados Unidos faria uma novena para Poulenc pudesse completar sua obra. Desde o começo Poulenc procurou enfatizar as palavras da ópera. Ele sempre achou que sua ópera deveria ser produzida em linguagem de uma audiência particular. Atualmente sua obra é muito produzida em Francês, mas sua primeira performance foi em italiano e a versão inglesa foi feita logo depois.
----------Através de sua ópera, Poulenc esforça-se para garantir que a audiência possa seguir o livreto sem dificuldade. Ao seu amigo e confidente, Pierre Bernac, ele escreveu, “Ela flui e flui e não é outra coisa que eu mesmo. A peça é doentiamente vocal. Eu checo cada nota e cuidadosamente cólo a vogal certa nas notas altas, sem mencionar a prosódia: Eu creio que cada palavra será entendida.”
----------O processo de composição foi muito complicado por causa do profundo senso que Poulenc tinha da tragédia pessoal. “Borboletas negras estão voando em volta de mim”, disse ele certa vez.”
Seu companheiro de muitos anos, Lucien Roubert, ficou seriamente doente durante o período da composição dos Diálogos. Por estranha coincidência Roubert morreu na tarde do mesmo dia em que Poulenc completou a Ópera, em agosto de l955. “Eu levantei-me da minha mesa e disse a minha cozinheira, a fiel Ana: “Terminei: Agora Monsenhor Lucien pode morrer.”
----------A música da ópera Diálogos das Carmelitas de Poulenc conserva a grandeza e austeridade do texto que Poulenc trabalhou. Ele era, na verdade, um escritor de obra prima. A linha melódica de sua ópera traz o melhor de cada voz. Ele classificou o trabalho para uma grande orquestra, mas orquestrada discretamente, nunca permitindo que as palavras fossem ultrapassadas pela música. E mais, não há grandes áreas.O dialogo de Paulenc é, na verdade, um exemplo de arte, que esconde a própria arte. Não há nada de melodramático, sentimental ou excessivo na obra prima de Paulenc.
----------No painel há uma epígrafe tirada de Santa Teresa de Ávila: “Deus me livre de santos tristes.” O Diálogo das Carmelitas teve sua primeira apresentação no Scala de Milão em 26 de janeiro de l957. Em Paris em 21 de junho do mesmo ano. A primeira apresentação em Inglês foi em Covent Garden, em Londres, dia 16 janeiro de l958. Antes, uma apresentação na França aconteceu na Ópera São Francisco em setembro de l957.
2) Sinopse da Peça Diálogos das Carmelitas
1º Ato:
Cena um: Abril de l789.
----------A Mansão Parisiense do Marquês de la Force: A opera começa na biblioteca do Marques de la Force. O marquês está preocupado com o fracasso em seus esforços de trazer sua filha de volta para casa. A Revolução Francesa está no seu ponto mais alto e sua carruagem foi detida na multidão. Blanche, uma moça extremamente nervosa, finalmente encontrou o seu lugar. Ela é muito sobressaltada e fica angustiada até com a sombra da empregada projetada na parede da casa. Blanche declara sua intenção de tornar-se carmelita e espera encontrar descanso pra seu medo na solidão do claustro.
Cena dois: O Parlatório do Convento de Compiegne.
----------A ação muda para o Carmelo de Compiègne. Blanche pede à Priora, Madame Croissy, uma senhora idosa e naturalmente doente, para aceitá-la na Ordem. A Priora está convicta de que o motivo de Blanche é fugir do mundo. Ela consente somente quando Blanche diz que é sua intenção adotar o nome de Soeur Blanche da Agonia de Cristo.
Cena terceira: Dentro do Convento
----------É-nos apresentada uma vibrante noviça, Irmã Constance, que divide os afazeres domésticos com Branche. Constance expressa aqui sua vontade de oferecer a Deus sua própria vida para salvar a da Priora agonizante. Blanche fica nervosa e manifesta seu próprio medo da morte.
Cena quatro: a cela da enfermaria.
----------A moribunda priora tem una visão da destruição do mosteiro. Ela fica perturbada com a instabilidade de Blanche e pede–lhe que cuide da Madre Maria da Encarnação. A priora luta e se debate com seu próprio medo da morte e com dúvida religiosa.
2º Ato:
Cena 1: na Capela à noite.
----------A priora morreu e Blanche se apresenta novamente em tumulto. Madre Maria da Encarnação a repreende e a manda para sua cela para se acalmar.
INTERLÚDIO: Irmã constance declara seu desejo que a Madre Maria se torne a nova priora. Enquanto ela reflete profundamente a morte da antiga priora e percebe que ela também pode ter morrido a morte de qualquer um. “Cada pessoa morre por outros”, ela conclui.
Cena 2: A sala do Capítulo
----------A eleição para uma nova priora ocupa lugar na casa. Madre Maria é eleita. A nova priora é Madre Lidoine. A visita do irmão de Blanche, o Chevalier de la Force é anunciada. O Chevalier veio despedir-se de sua irmã, antes de emigrar-se. A Nova Priora pede a Madre Maria para ouvir a conversa.
Cena 3: O Parlatório do Convento.
----------O Chevalier de la Force força sua irmã a retornar para a casa de seu pai. Blanche rejeita seu conselho, justificando que superou seu medo dentro do claustro. Seu irmão não fica satisfeito e vai embora, deixando uma Blanche perturbada para trás.
Cena 4: A Sacristia.
----------O Capelão despede-se das irmãs. Ele foi destituído do seu posto pelos revolucionários. A Commissioners anuncia a decreto de dissolução do mosteiro. Blanche é tomada pelo medo, deixa cair a imagem do menino Jesus que ela tinha guardado. A imagem virou pedaços no chão.
3º Ato.
----------Cena na arruinada capela do mosteiro, as irmãs se reuniram com seu confessor. Na ausência da Priora, Madre Maria pede para suas irmãs fazerem um juramento de martírio a fim de preservar a Ordem Carmelita, mas insiste que este juramente deve ser unânime. Inicialmente Constance não estava querendo concordar, mas depois muda de idéia. Quando o confessor começa suas palavras de bênçãos sobre cada uma das irmãs, Blanche foge.
Interlúdio .antes da cortina. A nova priora , que não estava presente na hora do juramento expressa seu desejo de evitar qualquer ação que ponha em perigo as vidas das irmãs
----------Cena dois. A Biblioteca do Marquês de la force. Blanche foge para a saqueada casa de seu pai, que a os revolucionários tinham executado. Madre Maria tenta dar-lhe um endereço onde ele pode encontrar refúgio, mas Blanche quer estar na casa ,disfarçada como empregada.
Interlúdio. Blanche fica sabendo da prisão das Carmelitas.
----------Cena três.A cela na Conciergerie. Na prisão a priora procura elevar a moral de suas irmãs. Constance está certa que Blanche vai voltar, o commissioner Lê bem alta a sentença de morte das irmãs.
Interlúdio. Madre Maria deseja morrer com suas irmãs, mas o confessor a proíbe de ir até a prisão.
Cena 1: O local da Conciergerie
----------Uma grande multidão se reúne se forma na praça onde acontecerá a execução acompanhadas até o cadafalso pelo Priora, as irmãs cantam Salve Regina, enquanto vão subindo. Constance é a última a morrer, no seu caminho ao cadafalso ela vê Blanche vindo no meio da multidão. Blanche também sobe para morrer, com o último verso do Veni Creator em seus lábios. Ela superou seu medo.
3) Justificando
----------Em 1955 houve o Congresso Eucarístico Internacional no Rio de Janeiro. Como o afluxo de padres seria muito grande no convento da Lapa foram solicitados seminaristas de Itu e alguns frades do Clericato de São Paulo para auxiliar nos afazeres da casa. Em reunião os padres de Itu resolveram que iriam os seminaristas que prestavam algum serviço na casa. A sorte coube para os que cortavam cabelos dos colegas. Eu fui um deles. Fomos de ônibus. Viagem encantadora, pela então estrada São Paulo-Rio, cartão postal do Brasil.
----------Pouco me recordo do antigo convento que pegou fogo proveniente de um curto circuito. Lembro-me de uma casa simples e velha ao lado de um campo de um pátio de areia, onde funcionava o colégio Santo Alberto. Havia uma sacristia grande e uma capela com um grande crucifixo onde alguns padres celebravam a missa. Nesta época não havia ainda missa concelebrada. Cada celebrante com seu acólito se dirigiam para um altar. Muitos seminaristas fugiam das missas diárias de frei Alexandre, pois era demorada demais. Ele ficava repetindo a fórmula da consagração e isto cansava quem deveria ajudar quatro missas por dia. Mais tarde ficamos sabendo que ele era escrupuloso e sofria muito com isso.
----------Dom Eliseu, Dom Cintra, talvez até Dom Gabriel e muitos padres estavam hospedados. Certo dia, Dom Cintra chegou atrasado ao refeitório, era de noite, e não havia mesa arrumada. Nós fomos atendê-lo. Quando dissemos que éramos seminaristas ele logo falou em latim: “Tarde advenientibus ossa”. Ficamos meio confusos. Ele acrescentou traduzindo: “Quem chega tarde só encontra ossos, mas aqui não é o que vejo.” O refeitório era grande e escuro. Umas mesas compridas, com bancos pregados na parede davam uma visão de penitência durante as refeições. Na parede do fundo havia um quadro de tábuas bem antigas onde estava escrito em Latim: “Quem não quiser trabalhar também não coma.” A gente não entendia porque aquilo estava ali, pois refeitório é para comer.
----------Como o Convento estava perto da Praça do Aterro, assim era chamada a praça do Congresso, os congressistas podiam almoçar no colégio Santo Alberto, pagando mais barato. Pelo que me recordo o prior do Convento era frei Paulo Kooreman e frei Bernardo, o responsável pelo colégio.
----------Comecei a falar do Convento porque foi nesta ocasião que tive a oportunidade de ver a peça Diálogo das Carmelitas, no Teatro Copacabana. Um Irmão Terceiro Carmelita, advogado e amigo dos padres, ofereceu para a comunidade Carmelitana os ingressos e nós seminaristas trabalhadores fomos anexos à lista. Confesso que fiquei maravilhado. Fomos assistir à tarde com frei Rafael Rzewenkel, então reitor do seminário de Itu que nos levou para o evento. Visitamos também o Cristo Redentor, o zoológico e Palácio Imperial. O representante do Papa trouxe dois guardas Suíços e o celebrante fez uso da cadeira do trono de Dom Pedro. Foi uma apoteose o final do congresso. Multidões aclamavam.
----------As autoridades eclesiásticas passavam em procissão. A gente não entendia por que os bispos usavam uma calda enorme carregada por assessores. Nenhum de nós queria estar lá carregando a calda dos bispos. Preconceito de criança. Hoje seria diferente, acredito.
4) A peça teatral Diálogo das Carmelitas
----------Como não sabíamos bem do assunto, ficamos presos aos cenários. A cena no interior do convento se dá no claustro. Nevava e a gente que nunca tinha visto neve acreditava naqueles algodões brancos caindo sobre as irmãs que se perdiam em profundos diálogos. Não entendíamos, mas víamos boquiabertos a vida enclausurada das irmãs tão escondidas atrás das grades. O aspecto tétrico do claustro nos levava a experimentar o divino imerso no humano. Sem dúvida, a figura que mais chama a atenção na peça é a toda de branco Irmã Branche de la Force. Seu comportamento estranho entre as freiras; sua personalidade jovem em meio às freiras maduras e calejadas de fazer a mesma coisa, mas santas e corajosas. Eu me lembro que eu tinha 16 anos. Fiquei impressionado com a cena da guilhotina. Logicamente a lâmina caindo não aparecia, mas os personagens subiam as escadas do cadafalso com vários degraus e ao se ocultar atrás dos bastidores os tambores tocavam, ordenando a morte e a música enfatizava o drama. A morte das Irmãs Carmelitas foi uma após a outra, cantando todas elas, mas a mais dramática foi a de Blanche. Quando a última irmã terminou a estrofe do Veni Creator, faltava última estrofe, um pouco de silêncio, Irmã Blanche entra em cena, retoma a melodia subindo no cadafalso, cantando a última estrofe, a única que ainda faltava: Per te sciamus da Patrem / noscamus atque Filium, / te utriusque Spiritum / credamus omni tempore. Amém. Ouve-se o barulho da lamina e o toque dos tambores. Morreram todas as Carmelitas em diálogo com Deus. Acendem-se as luzes. Terminou a peça. A próxima sessão seria duas horas depois. Tempo de descanso dos artistas. Mas quase todos os presentes tiveram um banho na alma. E a fé mais fortalecida pela coragem destas mulheres enamoradas de Deus até a morte. Depois desta peça, comentamos em casa qual o sentido da vida enclausurada na Igreja. É o Martírio por amor a Deus. Foi a resposta imediata que descobrimos em nós mesmos. Nossa vocação ficou mais confirmada. Pena que nem todos que lá estavam perseveram em sua vocação no Carmelo, mas ficou de pé o convite.
----------Quando li o artigo de Simon Nolan O.Carm. em Carmel in the World pude reviver estas passagens, resolvi traduzi-las. Espero que tenha feito bem para quem o ler como fez bem para mim.
9º DIA - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
“Enquanto na Beatíssima Virgem a Igreja já atingiu a perfeição, pela qual existe sem mácula e sem ruga (cf. Ef 5,27), os cristãos ainda se esforçam para crescer em santidade vencendo o pecado. Por isso elevam seus olhos a Maria que refulge para toda a comunidade dos eleitos como exemplo de virtudes. Piedosamente nela meditando e contemplando-a à luz do Verbo feito homem, a Igreja penetra com reverência mais profunda no sublime mistério da Encarnação, assemelhando-se mais e mais ao Esposo. Pois Maria, entrando intimamente na história da salvação, une em si de certo modo e reflete as supremas normas da fé.”
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 65).
ORAÇÃO
Ó Deus, que distinguistes a Ordem do Carmelo com o título glorioso da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de vosso Filho, concedei-nos propício que hoje, na sua presença, possamos, munidos de sua ajuda, chegar ao vértice da sagrada montanha que é Jesus Cristo, Vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
Rezar 1 Pai Nosso e 3 Ave Marias...
LADAINHA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Senhor, tende piedade de nós...
Jesus Cristo, tende piedade de nós...
Senhor, tende piedade de nós...
Jesus Cristo, ouvi-nos...
Jesus Cristo, atendei-nos...
Deus Pai dos Céus,
tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo,
tende piedade de nós.
Santíssima Trindade que sois um só Deus,
tende piedade de nós.
Santa Maria... rogai por nós.
Mestra da vida interior...
Caminho seguro na noite escura...
Virgem da fé...
Virgem do Caminho de Perfeição...
Virgem fiel...
Virgem que sabe ouvir...
Mãe das Fundações...
Mãe do abandono perfeito...
Mãe da Pequena Via...
Mãe da caridade...
Mãe da humildade...
Senhora das Moradas eternas...
Senhora do “SIM”...
Senhora do Monte Carmelo...
Fiel esposa de José...
Esposa da Viva Chama de Amor...
Perfeita esposa do Cântico Espiritual...
Estrela do Carmelo...
Flor do Carmelo...
Formosura do Carmelo...
Nossa Senhora da Subida do Monte Carmelo...
Modelo de oração...
Modelo de vida interior...
Caminho que leva a Deus...
Alma enamorada de Deus...
Auxílio dos Carmelitas...
Serva do Senhor...
Sublime filha de Sião...
Esperança dos Carmelitas...
Rainha do silêncio...
Rainha do Castelo Interior...
Rainha do Carmelo...
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo,
perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo,
ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
V. Rogai por nós, Rainha e Formosura do Carmelo.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
8.º DIA - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
“Por certo a Igreja, contemplando-lhe [da Mãe de Deus] a arcana santidade, imitando-lhe a caridade e cumprindo fielmente a vontade do Pai, mediante a palavra de Deus recebida na fé, torna-se também ela mãe. Pois pela pregação e pelo batismo ela gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus. Ela é também a virgem que íntegra e puramente guarda a palavra dada ao Esposo. Imitando a Mãe de seu Senhor, pela virtude do Espírito Santo conserva virginalmente uma fé íntegra, uma sólida esperança e uma sincera caridade.”
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 64).
ORAÇÃO
Venha, ó Deus, em nosso auxílio a intercessão da gloriosa Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que possamos, sob a sua proteção, subir ao Monte que é Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
Rezar 1 Pai Nosso e 3 Ave Marias...
13 de julho-SANTA TERESA DE LOS ANDES
TERESA DE JESUS DOS ANDES (1900-1920)
Virgem
Carmelitana Descalça
A jovem que hoje a Igreja glorifica com o titulo de Santa é um profeta de Deus para os homens e mulheres do nosso tempo. Teresa de Jesus dos Andes põe-nos diante dos olhos o testemunho vivo do Evangelho, encarnado até às últimas exigências na sua própria vida.
Ela é, para a humanidade, prova indiscutível de que a chamada de Cristo à santidade é actual, possível e verdadeira. Ela ergue-se diante de nós para demonstrar que a radicalidade do seguimento de Cristo é o único que vale a pena e o único capaz de fazer-nos felizes.
Teresa dos Andes, com a eloquência duma vida intensamente vivida, confirma-nos que Deus existe, que Deus é amor e alegria, que é a nossa plenitude.
Nasceu em Santiago do Chile a 13 de Julho de 1900. No Baptismo foi-lhe dado o nome de Joana Henriqueta Josefina dos Sagrados Corações Fernández Solar. Familiarmente era conhecida, e é-o ainda hoje, pelo nome de Juanita.
Viveu uma infância normal no seio da família: os pais, Miguel Fernández e Lucia Solar; três irmãos e duas irmãs; o avô materno, tios, tias e primos.
A família gozava de boa posição económica e guardava fielmente a fé cristã que vivia com sinceridade e constância.
Joana recebeu a sua formação escolar no colégio das Irmãs francesas do Sagrado Coração. Uma curta e intensa história passada entre a família e o colégio. Aos catorze anos, movida por Deus, já ela se decidiu a consagrar-se a Ele como religiosa, em concreto, como carmelita descalça.
Este seu desejo veio a realizar-se a 7 de Maio de 1919, quando entrou no pequeno mosteiro do Espírito Santo na povoação de Los Andes, a cerca de 90 kms de Santiago.
Vestiu o hábito de carmelita no dia 14 de Outubro desse mesmo ano, iniciando assim o noviciado com o nome de Teresa de Jesus.
Tinha intuído, havia muito, que morreria jovem. Melhor, o Senhor tinha-lho revelado, como comunicou ao confessor um mês antes da sua partida para Ele.
Assumiu este anúncio com alegria, serenidade e confiança, certa de que na eternidade continuaria a sua missão de fazer conhecer e amar a Deus.
Após muitas tribulações interiores e indizíveis padecimentos fisicos, causados por um violento ataque de tifo que lhe consumiu a vida, passou deste mundo para o Pai no entardecer do dia 12 de Abril de 1920. Tinha recebido com sumo fervor os santos sacramentos da Igreja e no dia 7 de Abril fez a profissão religiosa em artigo de morte. Faltavam-lhe ainda três meses para completar os 20 anos de idade e 6 para terminar o noviciado canónico e poder emitir juridicamente os votos religiosos. Morreu, portanto, sendo noviça carmelita descalça.
Esta é a trajectória externa desta jovem chilena de Santiago. Desconcerta e desperta em nós uma grande interrogação: Mas, que fez ela de importante? Para tal pergunta, uma resposta igualmente desconcertante: viver, crer, amar.
Quando os discípulos perguntaram a Jesus sobre o que deviam fazer para cumprir as obras de Deus, Ele respondeu: " A obra de Deus é que acrediteis n'Aquele que Ele enviou " (Jo. 6, 28-29). Portanto, para aperceber-nos do valor da vida de "Juanita", é necessário assomar-nos ao seu interior, ali onde o Reino de Deus está.
Ela abriu-se à vida da graça desde mui tenra idade. E ela mesma que nos assegura que aos 6 anos, movida pelo Senhor, conseguiu centrar n'Ele toda a riqueza da sua afectividade. "Quando se deu o terramoto de 1906, pouco depois, Jesus começou a apoderar-se do meu coração" (Diario, n. 3, p. 26). Juanita aliava uma enorme capacidade de amar e de ser amada a uma extraordinária inteligência. Deus fê-la experimentar a sua presença, cativou-a dando-se-lhe a conhecer e fê-la totalmente d'Ele, unindo-a ao sacrifício da cruz. Conhecendo-O, amou-O; e amando-O, entregou-se radicalmente a Ele.
Tinha compreendido, já desde pequena, que o amor se mostra mais com obras que com palavras. Por isso traduziu-o em todos os actos da própria vida, desde a sua motivação mais profunda. Olhou-se a si mesma de frente com olhos sinceros e sábios e compreendeu que, para ser de Deus, era necessário morrer para si mesma e para tudo o que não fosse Ele.
Por natureza era totalmente adversa às exigências do Evangelho: orgulhosa, egoísta, teimosa, com todos os defeitos que isto supõe. Como nos acontece a todos. Mas o que ela fez de diferente foi não esmorecer nunca na luta encarniçada contra todo o impulso não nascido do amor.
Aos 10 anos era uma nova pessoa. Motivava-a o sacramento da Eucaristia que ia receber.
Compreendeu que era Deus que ia morar dentro dela; e isso fê-la empenhar todo o esforço em ornar-se das virtudes que a fizessem menos indigna desta graça e conseguiu, em pouquíssimo tempo, transformar por completo o seu carácter.
Na celebração deste Sacramento recebeu de Deus graças místicas de falas interiores que persistiram ao longo de toda a vida. Desde então, a inclinação natural para Deus transformou-se nela em amizade, em vida de oração.
Quatro anos mais tarde recebeu interiormente a revelação que iria orientar definitivamente toda a sua vida: Jesus Cristo disse-lhe que a queria carmelita e que a sua meta tinha de ser a santidade.
Com abundante graça de Deus e a generosidade duma jovem apaixonada, entregou-se à oração, à aquisição das virtudes e à prática da vida segundo o Evangelho, de tal modo que em breves anos foi elevada a alto grau de união com Deus.
Cristo foi o seu ideal, o seu único ideal. Enamorou-se d'Ele e foi consequente até crucificar-se em cada momento por Ele. Invadiu-a O amor esponsal e, por isso, o desejo de unir-se plenamente a Quem a havia cativado. Assim, aos 15 anos fez voto de virgindade por nove dias, que renovou depois continuamente.
A santidade da sua vida resplandeceu nos actos ordinários de cada dia em qualquer ambiente onde viveu: a família, o colégio, as amigas, os vizinhos com quem passava parte das suas férias e a quem, com zelo apostólico, catequizou e ajudou.
Sendo jovem igual a todas as suas amigas, estas reconheciam-na diferente. Tomaram-na por modelo, apoio e conselheira. Juanita sofreu e gozou intensamente em Deus as penas e alegrias comuns a todas as pessoas.
Jovial, alegre, simpática, atraente, desportista, comunicativa. Adolescente ainda, alcançou perfeito equilíbrio psicológico e espiritual, como fruto de ascese e oração. A serenidade do seu rosto era o reflexo do Deus que nela vivia.
A sua vida no convento, de 7 de Maio de 1919 até à morte, foi o último degrau da sua ascensão ao cume da santidade. Nada mais que onze meses bastaram para consumar uma vida totalmente cristificada.
Bem depressa a Comunidade descobriu nela a passagem de Deus na sua própria história. No estilo de vida carmelitano-teresiano, a jovem encontrou plenamente o espaço por onde derramar, com a maior eficácia, a torrente de vida que ela queria oferecer à Igreja de Cristo. Era o mesmo estilo de vida que, a seu modo, vivera na família e a que se sentia chamada. A Ordem da Virgem Maria do Monte Carmelo culminou os desejos de Juanita ao comprovar que a Mãe de Deus, a quem amou desde pequena, a tinha atraído para pertencer-lhe.
Foi beatificada em Santiago do Chile por Sua Santidade o Papa João Paulo II, no dia 3 de Abril de 1987. Os seus restos são venerados no Santuário de Auco-Rinconada dos Andes por milhares de peregrinos que buscam e encontram nela a consolação, a luz, e o caminho recto para Deus.
Santa Teresa de Jesus nos Andres é a primeira Santa chilena, a primeira Santa carmelita descalça de além fronteiras da Europa e a quarta Santa Teresa do Carmelo, depois das Santas Teresas de Avila, de Florença e de Lisieux.
7.º DIA - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
“Em virtude da graça da divina maternidade e da missão pela qual ela está unida com seu Filho Redentor, e em virtude de suas singulares graças e funções, a Bem-aventurada Virgem está também intimamente relacionada com a Igreja. Já S. Ambrósio ensinava que a Mãe de Deus é o tipo da Igreja na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo. No mistério da Igreja – pois também a Igreja é com razão chamada mãe e virgem – a Bem-aventurada Virgem Maria ocupa um lugar eminente e singular como modelo de virgem e de mãe.”
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 63).
ORAÇÃO
Ó Deus, que distinguistes a Ordem do Carmelo com o título glorioso da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de vosso Filho, concedei-nos propício que hoje, na sua presença, possamos, munidos de sua ajuda, chegar ao vértice da sagrada montanha que é Jesus Cristo, Vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
Rezar 1 Pai Nosso e 3 Ave Marias...
Notícias OCDS
A tese de doutorado de Frederico Barbosa, nosso querido Fred, que foi também nosso primeiro provincial foi escolhida como melhor tese de Teologia e Ciencias da Religião do Brasil (pela SOTER-É A SOCIEDADE DE TEOLOGIA E CIENCIAS DA RELIGIÃO DO BRASIL) e como premio ela será publicada pelas Paulinas .
6º DIA - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
“Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na Anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. (...) Por sua maternal caridade cuida dos irmãos de seu Filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e dificuldades, até que sejam conduzidos à feliz pátria.”
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 62).
ORAÇÃO
Venha, ó Deus, em nosso auxílio a intercessão da gloriosa Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que possamos, sob a sua proteção, subir ao Monte que é Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
Rezar 1 Pai Nosso e 3 Ave Marias...
5.º DIA - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
“Predestinada desde a eternidade junto com a Encarnação do Verbo divino, como Mãe de Deus, por desígnio da Providência divina, a Bem-aventurada Virgem foi nesta terra a sublime mãe do Redentor, singularmente mais que os outros Sua generosa companheira e humilde serva do Senhor. Ela concebeu, gerou, nutriu a Cristo, apresentou-O ao Pai no templo, compadeceu com seu Filho que morria na cruz. Assim de modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por tal motivo ela se tornou para nós mãe na ordem da graça.”
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 61).
ORAÇÃO
Ó Deus, que distinguistes a Ordem do Carmelo com o título glorioso da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de vosso Filho, concedei-nos propício que hoje, na sua presença, possamos, munidos de sua ajuda, chegar ao vértice da sagrada montanha que é Jesus Cristo, Vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
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SÃO JOÃO DA CRUZ NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
O quarto Ciclo de Conferências da ABL abordou o tema “Poesia e Religião”, sob a coordenação geral do Presidente Cícero Sandroni e coordenado pelo Acadêmico Ivan Junqueira.
No dia 30 de junho, a conferência esteve a cargo do Sr. Izacyl Guimarães Ferreira, que abordou o tema “Poesia e misticismo: San Juan de la Cruz”.
O ciclo teve início no dia 2 de junho, com uma conferência do Acadêmico Antonio Carlos Secchin sobre “Jorge de Lima: a clausura do divino”; no dia 9, a conferência esteve a cargo do Prof. Marco Lucchesi, sobre “Dante Alighieri”; dia 16 de junho, a conferência foi proferida pelo Prof. Leonardo Fróes, que falou sobre “John Milton”; no dia 23 de junho, o conferencista foi o Acadêmico Luiz Paulo Horta, que discorreu sobre “Francisco de Assis”.
“Poesia e misticismo: San Juan de la Cruz” teve entrada franca e transmissão ao vivo pelo portal da ABL.
4.º DIA - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
“Um só é o nosso Mediador segundo as palavras do Apóstolo (...) (cf. 1 Tim 2,5-6). Todavia a materna missão de Maria a favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui esta mediação única de Cristo, mas até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da Bem-aventurada Virgem a favor dos homens não se origina de alguma necessidade interna, mas do divino beneplácito.”
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 60).
ORAÇÃO
Venha, ó Deus, em nosso auxílio a intercessão da gloriosa Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que possamos, sob a sua proteção, subir ao Monte que é Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
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3º dia - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
3º DIA
“Na vida pública de Jesus, Sua Mãe aparece significativamente. Já no começo, quando, para as núpcias em Caná da Galiléia, movida de misericórdia, conseguiu por sua intercessão o início dos sinais de Jesus, o Messias (cf. Jo 2,1-11). No decurso da peregrinação de seu Filho ela recebeu as palavras pelas quais, exaltando o Reino acima de raças e vínculos de carne e sangue, Ele proclamou bem-aventurados os que ouvem e guardam a palavra de Deus (cf. Mc 3,35 e Lc 11,27-28), tal como ela mesma fielmente o fazia (cf. Lc 2,19 e 51). Assim a B. Virgem avançou em peregrinação de fé. Manteve fielmente sua união com o Filho até à cruz, onde esteve não sem desígnio divino (cf. Jo 19,25). Veementemente sofreu junto com seu Unigênito. E com ânimo materno se associou ao Seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela mesma gerada. Finalmente, pelo próprio Cristo Jesus moribundo na cruz foi dada como mãe ao discípulo com estas palavras: Mulher, eis aí teu filho (cf. Jo 19,26027).
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 58).
ORAÇÃO
Ó Deus, que distinguistes a Ordem do Carmelo com o título glorioso da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de vosso Filho, concedei-nos propício que hoje, na sua presença, possamos, munidos de sua ajuda, chegar ao vértice da sagrada montanha que é Jesus Cristo, Vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
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08 de julho de 2009
Centenário do Nascimento da Serva de Deus
Madre Maria Imaculada da Santíssima Trindade
Fundadora do Carmelo da Sagrada Família – Pouso Alegre - MG
“O olhar de Deus é amar”.
Nesta certeza do que diz o Santo Padre João da Cruz é que podemos compreender o que foi a existência desta humilde carmelita do interior das Minas Gerais, fundadora do Carmelo da Sagrada Família de Pouso Alegre.
Maria Giselda nasce no dia 08 de julho de 1909, em Maria da Fé MG, filha de pais que viviam um autêntico cristianismo. Sempre foi muito viva e inteligente.
Com apenas 4 anos de idade, aos responder ao sério interrogatório do Missionário que realizava Missões em Maria da Fé, faz sua Primeira Comunhão. Sempre voltada para as coisas de Deus, quis entrar para o Apostolado da Oração como Zelada. Como ainda não sabia ler nem escrever cumpria de memória o que lhe era prescrito. De natureza rica e temperamento exuberante sempre esteve cercada e boas amizades. Teve por companheiro de infância além de Delfim, o futuro monge beneditino Dom Marcos Barbosa. Três crianças que, mais, tarde norteariam suas vidas para um único ideal de consagração.
Sempre dedicada aos estudos Maria Giselda desenvolvia muitos talentos que Deus lhe dotara. Porém, o selo do sofrimento marcaria toda sua infância, entre os 12 e 13 anos terá início o seu calvário com o aparecimento de um grande tumor na virilha, tumor este que se tratava de um câncer em estado adiantado. É submetida à pesada radioterapia, da qual as conseqüências sentirá por toda a sua vida.
CARMELITA E FUNDADORA
Ingressou no Carmelo de Santa Teresinha, em Campinas (SP), a 29/11/1930, recebendo aí, o santo Hábito de Nossa Senhora do Carmo, aos 12/04/1931. Fez sua Primeira Profissão aos 13/04/1932 e, os Votos Solenes, aos 13/04/1935. Tendo sido escolhida por Deus, veio para Pouso Alegre (MG), em 26/10/1943, como Fundadora do Carmelo da Sagrada Família.
Cumpridora fiel dos conselhos evangélicos e de seus votos religiosos, viveu plenamente sua vida de Carmelita Descalça, deixando-nos um magnífico exemplo de fidelidade a Deus e de amor ao próximo.
Faleceu aos 20/01/1988.
Em vista do contínuo e espontâneo movimento de seus devotos junto ao seu túmulo, impelidos pela fama de santidade, a Ordem do Carmelo solicitou, à Igreja, a abertura de sua Causa de Canonização.
Fachada da Capela do Carmelo da Sagrada Família
Deste modo, em 30/09/2006, deu-se oficialmente a abertura do Processo de Canonização, pelo nosso Arcebispo, Dom Ricardo Pedro Chaves Pinto Filho, Opraem.
A Serva de Deus foi exumada, em 12/04/2007 e inumada em 15/04/2007.
Solicitamos àqueles que alcançarem graças por intercessão da Serva de Deus, Maria Imaculada da Santíssima Trindade, que comuniquem as mesmas ao:
Carmelo da Sagrada Família,
R: Com. José Garcia, 1307 – Cx.P 171
Pouso Alegre - MG.
Cep: 37550-000
Fone: (35) 3421-1103
2º DIA - NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
2.º DIA
“Esta união entre Mãe e Filho na obra da salvação manifesta-se desde o tempo da virginal conceição de Cristo até Sua morte. Manifesta-se primeiramente quando Maria, levantando-se com pressa para visitar Isabel, é saudada como bem-aventurada por causa de sua fé na salvação prometida e o precursor exultou no seio da mãe (cf. Lc 1,41-45).”
(Da Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, cap. VIII, n. 57).
ORAÇÃO
Venha, ó Deus, em nosso auxílio a intercessão da gloriosa Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, para que possamos, sob a sua proteção, subir ao Monte que é Cristo, vosso Filho, Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!
Rezar 1 Pai Nosso e 3 Ave Marias...
NOTICIAS ...
Fr. Alzinir enviou uma circular às comunidades desejando uma santa festa de Nossa Senhora do Carmo "a quem invocamos diariamente como Rainha e Formosura do Carmelo. Ela nos foi confiada como Mãe e Irmã, modelo perfeito de seguimento a seu Filho Jesus, a Quem seguimos e com Quem nos comprometemos pela profissão religiosa a ser sua imagem na Igreja e na sociedade".
Lembra nosso Provincial algumas datas importantes:
Dia 1° de Agosto: ordenação presbiteral de Fr. Francisco Sales, em S. Roque, SP.
De 3 a 7 de agosto: retiro anual da Província, em S. Roque.
Dia 15 de agosto: Profissão Solene de Fr. Marlon, Fr. André, Fr. Alysson e Fr. Hudson, em Belo Horizonte.
Por fim, Fr. Alzinir recorda que ao aproximar-se o mês das vocações, cada um deve procurar cuidar da própria vocação e rezar para que o Senhor envie mais trabalhadores para a sua messe.
A Virgem Maria em nossa vida
Incluídos por graça de Deus entre os “irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria”, pertencemos a uma família que se consagra ao seu amor e culto e que caminha para a plenitude da caridade sob o influxo vital de uma íntima comunhão com a Mãe de Deus. Esta comunhão penetra a vida comum e marca com peculiar cunho mariano o espírito de oração e contemplação, o apostolado em todas as suas manifestações e a própria abnegação evangélica.
Constituições 47
O Carmelo é todo mariano. Em Maria, cada membro da Ordem encontra o modelo de escuta filial do Pai por meio de Cristo, no Espírito Santo. Aprende a viver a dimensão contemplativa que deve desenvolver como sentido da própria vida: encontrar Deus presente na realidade, renovando continuamente a aliança com Ele e vivendo à sua luz.
Santa Teresinha
Estava profundamente enraizada em sua vida a devoção a Maria, por isso, a amava com grande ternura.
Diz: “... A Santíssima Virgem deu-me a perceber que foi ela realmente que sorria para mim, e quem me curara. Compreendi que velava por mim, e que eu era sua filha, e por isso já não podia dar outro nome a não ser o de Mamã, que me parecia mais afetuoso do que o de Mãe...” (Ma 158).
Todo seu amor pela Virgem se acha resumido em sua composição poética entitulada ‘Porque te amo, ó Maria’.
Quisera cantar, Maria, porque te amo.
Porque, ao teu nome, exulta meu coração
E porque, ao pensar em tua glória suprema,
Minha alma não sente temor algum...
Tu me fazes sentir que não é impossível
Os teus passos seguir, Rainha dos eleitos,
Pois o trilho do céu nos tornaste visível,
Vivendo cada dia as mais simples virtudes.
(Poesia 54,1.6)
Beata Elisabete da Trindade
Na Virgem do Carmo via e venerava de a Virgem da Encarnação, toda recolhida em seu mistério. Daí extraía estímulo e exemplo para sua vida carmelitana. Neste sentido o Carmelo pode ser designado com totus marianus – que irradia uma luz mariana com caráter místico, profético e apostólico.
Em louvor à Rainha do Carmelo
Tuas duas filhas contigo,
boa Madre,
Queriam festejar a Rainha do Carmelo,
Devotando-lhe a nossa vida inteira,
De nossa Rainha Imaculada
Seremos louvores de amor.
Ó nossa Mãe Bem-amada,
Guardai-nos fiéis sempre.
Logo na Pátria,
Ó Mãe, acolhei-nos,
Na eterna vida
Colocai-nos perto de vós.
(Poesia 103)
Teresa de Jesus dos Andes
A presença da Virgem Maria na vida de Teresa dos Andes se dá desde sua tenra idade. Maria vai lhe fazer companhia durante toda sua vida. Na primeira etapa de sua vida compreendida desde seu nascimento até a sua Primeira Comunhão em 1910 ela mesma resume sua devoção à Virgem da seguinte forma: “Desde os sete anos, mais ou menos, nasceu em minha alma uma grande devoção à minha Mãe, a Santíssima Virgem. Lucho me deu esta devoção, com a qual estive e estarei, como espero, até minha morte”.(Diário 5).
Ela toma a Virgem por companhia em todos os momentos de sua vida, também durante as “noites escuras”, onde encontra sempre na mulher “mais santa” de todas, fortaleza e consolo.
Esta relação para com a Virgem está bem conforme o espírito do Carmelo Teresiano, onde Maria é tida e experienciada no decorrer da história como Mãe e Irmã, relação essa que conduz a uma maior intimidade com Deus.
“Meu espelho há de ser Maria, sendo que sou sua filha devo assemelhar-me a ela
e assim assemelhar-me-ei a Jesus”.
(Diário 15)
Madre Teresa de Jesus
A alma profundamente mariana de Teresa de Jesus se forja de forma progressiva, já desde os primeiros anos da infância, no seio familiar. Ela mesma nos diz que com a idade de seis anos sua mãe já tinha o cuidado especial de que fosse devota da Virgem. Também nos conta como desde muito menina procurava a solidão para praticar suas devoções, “que eram muitas, em especial o rosário, de quem minha mãe era muito devota, e assim nos fazia sê-lo” (V 1,6).
Quando lhe morre a mãe, Dona Beatriz de Ahumada, cai em conta do que havia perdido e acorre à Virgem da Caridade na Ermida de São Lázaro para pedir-lhe que seja ela sua Mãe. Esta estreita relação com a Virgem se manifesta durante toda sua vida espiritual. Já no Carmelo, Teresa se destacou como uma carmelita, entre muitas outras coisas espirituais, por seu amor filial à Virgem Mãe de Deus, de Cristo, da Igreja e do Carmelo.
O Marianismo de Teresa de Jesus é tradicional, familiar, novo por seu caráter pessoal, perene e sempre atual, por estar baseado nos princípios essenciais da Mariologia, como a Maternidade Divina e Virginal, a presença de Cristo e do Espírito Santo, a maternidade espiritual de todos os homens, a mediação e co-redenção.
“E nós nos alegramos de poder em algo servir à nossa Mãe, Senhora e Patrona... E pouco a pouco se vão fazendo coisas em honra desta gloriosa Virgem e seu Filho. Seja para sempre louvado,
amém, amém!”.
(Fundações 29,28)
Padre João da Cruz
São João da Cruz, já desde criança, recebeu na família, sobretudo por parte de sua mãe Catalina Alvarez, uma formação profundamente religiosa em torno de Maria. Era o mais comum naquele tempo, dentro da piedade cristã, a devoção à Virgem.Tudo o que viveu e praticou desde a tenra idade passa a ser para o Santo uma experiência de vida espiritual extraordinária em seu caminho. Sua devoção intensa, sincera e profunda a Maria desemboca numa vivência espiritual que, ao seu modo, o Místico Doutor transmite em seu estilo de vida.
As reflexões que faz sobre alguns temas marianos nascem de sua singular vivência espiritual, e dos conhecimentos bíblicos e teológicos acumulados em seus estudos na Universidade de Salamanca.
Oração da Alma enamorada
“Meus sãos os céus e minha é a terra, minhas são as gentes, os justos são meus e meus os pecadores; os anjos sãos meus e a Mãe de Deus e todas as coisas sãos minhas, e Deus mesmo é meu e para mim, porque Cristo é meu e todo para mim”. (Ditos 26)
Sobre a Encarnação
Então chamou-se um arcanjo
Que São Gabriel se dizia,
Enviou-o a uma donzela
Que se chamava Maria
De cujo consentimento
O mistério dependia
E ficou o Verbo Encarnado
Nas entranhas de Maria
E o que então só tinha Pai,
Já Mãe também teria,
Embora não como outra
Que de varão concebia,
Porque das entranhas dela
Sua carne recebia;
Pelo qual Filho de Deus
E do Homem se dizia.
(Romance 8)
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