Múmias de freiras carmelitas são encontradas no Mosteiro da Luz

sexta-feira, 2 julho, 2010

Arqueólogos responsáveis por analisar três múmias e oito esqueletos encontrados na capela funerária do Mosteiro da Luz, região central de São Paulo, em 2008, estão surpresos ao descobrirem que em três dos seis túmulos havia objetos de freiras da ordem das carmelitas, sendo que no local, há mais de 200 anos, quem vive são irmãs concepcionistas.
Para os pesquisadores, os dois escapulários do Sagrado Coração e um manto mortuário marrom encontrados representam uma comprovação rara de convivência entre as duas ordens na cidade, já que estas são características da ordem das carmelitas. As informações são de O Estado de S. Paulo.
As intervenções arqueológicas no local tiveram início em fevereiro de 2008 e terminaram no mês passado. Os arqueólogos descobriram ainda as datas prováveis em que duas das freiras morreram, após testes de carbono 14. Eles apontam que uma tenha morrido em 1880 e outra, em 1780, com margem de erro de 40 anos. Além disso, sugerem que pelo menos uma delas foi contemporânea de Frei Galvão, canonizado em 2007.
Ainda ressaltam a possibilidade de as freiras terem sido enterradas como leigas, porque elas foram encontradas com vestes azuis, quando a praxe de concepcionistas ordenadas é serem enterradas de branco e com véu preto. Até o fim deste ano, os pesquisadores do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE-USP), órgão responsável pelas pesquisas no mosteiro, receberão o resultado das análises para entenderem quem foram estas freiras.
As intervenções arqueológicas no local, iniciadas em fevereiro de 2008, terminaram no mês passado. Até agosto, um relatório com as hipóteses e conclusões da equipe? e com o inventário dos cerca de 1 mil objetos encontrados na capela? será encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “O mais importante é o registro histórico, as pistas sobre os hábitos da vida monástica em São Paulo nos séculos 18 e 19, tema carente de documentação”, diz Valdirene.
Entre os fatos descobertos estão as datas prováveis em que duas das freiras morreram, conseguidas após testes de carbono 14: uma morreu em 1880 e outra, em 1780 (há margem de erro de 40 anos). Como o convento foi fundado em 1774, os técnicos afirmam que ao menos uma é contemporânea de Frei Galvão (confessor das concepcionistas), canonizado em 2007.
A cor de outras vestes encontradas? azul? revela possibilidade própria do período histórico: a de as irmãs terem sido enterradas como leigas. “A praxe de concepcionistas ordenadas é serem enterradas de branco e com véu preto”, diz a historiadora. “O que explica o indício de enterro como leigas é que não havia conventos femininos autorizados em São Paulo, apenas recolhimentos”, não reconhecidos pela Igreja. Foi assim até o fim do Império.”
Para o cônego Celso Pedro da Silva, procurador do Mosteiro da Luz, há “dúvidas” a respeito do material carmelita. “Não vejo polêmicas quanto aos escapulários, pois eram objetos de devoção de outras ordens também. O manto marrom é que causa estranheza, e vou pesquisar nos arquivos”, disse. “Mas pode ser só “interpretação” dos arqueólogos. Duvido que carmelitas foram enterradas no mosteiro.”
Hábitos. Mesmo sem acesso ao arquivo das concepcionistas, não há autorização das irmãs para pesquisa, alguns hábitos foram revelados. Os cinco pares de sapato encontrados tinham solas desgastadas, “por uso intenso”. As patelas nos joelhos das irmãs apresentavam patologias, pelas horas em que ficavam orando. Quatro freiras apresentaram queda dos dentes antes de morrerem sinal de dieta pobre em vitaminas. E ao menos uma era deficiente física, com “cifose na vida adulta”, conforme assinala o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, também do MAE-USP. “Até o fim do ano, receberemos resultado de análises, para entender quem foram elas.”
Fonte: Defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico



30 de junho de 2010



Arqueólogos responsáveis por analisar três múmias e oito esqueletos encontrados na capela funerária do Mosteiro da Luz, região central de São Paulo, em 2008, estão surpresos ao descobrirem que em três dos seis túmulos havia objetos de freiras da ordem das carmelitas, sendo que no local, há mais de 200 anos, quem vive são irmãs concepcionistas. Para os pesquisadores, os dois escapulários do Sagrado Coração e um manto mortuário marrom encontrados representam uma comprovação rara de convivência entre as duas ordens. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
As intervenções arqueológicas no local tiveram início em fevereiro de 2008 e terminaram no mês passado. Os arqueólogos descobriram ainda as datas prováveis em que duas das freiras morreram, após testes de carbono 14. Eles apontam que uma teria morrido em 1880 e outra, em 1780, com margem de erro de 40 anos. Além disso, sugerem que pelo menos uma delas foi contemporânea de Frei Galvão, canonizado em 2007. Ainda ressaltam a possibilidade de as freiras terem sido enterradas como leigas, porque elas foram encontradas com vestes azuis, quando a praxe de concepcionistas ordenadas é serem enterradas de branco e com véu preto.

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