Encontro dos Frades Estudantes do Carmelo Descalço

O Frei Fábio faz parte da organização do encontro e nos fala daquilo que se almeja com este tempo de formação humana, afetiva, intelectual, oracional, ou seja, formação para a vida daqueles que escolheram o Carmelo Teresiano como família.

ENCONTRO DOS FRADES ESTUDANTES - 18/01/2010



No primeiro dia recebemos a Sra. Maria Aparecida Brandão, mestre em psicologia pela Puc-Sp. A Sra. Maria Aparecida é clinica pericial, acompanha a formação do Juniter da CRB do ano de 2007 a 2010, é ainda supervisora pedagógica e trabalha com terapia de grupo(teoria e prática). Durante três dias será trabalhado as relações interpessoais e a vida comunitária.

ENCONTRO DOS RELIGIOSOS CARMELITAS DESCALÇOS 2010







Está sendo realizado no Centro Teresiano de Espiritualidade em São Roque-SP, o encontro dos frades carmelitas descalços que estão em formação, estudantes de filosofia e teologia. Este ano se fizeram presentes os frades das províncias brasileiras do sudeste e sul e ainda, frades do Paraguai, Uruguai e Chile. No dia 17 o encontro foi aberto com a celebração da Santa Missa prisidida pelo Frei Alzinir, padre-provincial da Provínica São José(sudeste), na ocasião estiveram presentes alguns membros da Ordem Secular da cidade de São Roque.

NOVO CD CARMELITANO

Caríssimas Irmãs e Irmãos no Carmelo

Só Deus basta!



Todos nós, no Carmelo, estamos a preparar-nos para celebrar com júbilo o V Centenário do nascimento da nossa Santa Madre.
A Fraternidade Stella Maris do Carmelo Secular do Porto quis, neste âmbito, dar um contributo para estas comemorações e prestar uma homenagem a Santa Teresa de Jesus.
Durante quase um ano trabalhou-se na concepção, realização, produção e gravação dum CD com as poesias escritos de Santa Teresa, musicados, e algumas músicas de homenagem à nossa fundadora.
O projecto, depois de muitas dificuldades, está concluído. O CD intitulado “Só Deus basta” (Santa Teresa de Jesus) está agora à disposição de todos.

Parte das músicas são da autoria dum nosso irmão e conta também com duas belíssimas poesias duma nossa irmã.
É um CD contemplativo, fruto de oração e um subsídio para a oração. Na sua simplicidade, e quase pobreza, tem como objectivo conduzir as almas para o mergulho no Absoluto.
Desejamos que o CD, com as suas músicas e poesias, seja do agrado de todos e que nos ajude a bem preparar para o Centenário e a divulgar a espiritualidade desta grande mulher e grande santa.

O CD está disponível mediante pedido às Edições Carmelo (Convento de Avessadas). Esperemos que todas as irmãs e irmãos o adquiram e o divulguem entre familiares, amigos e benfeitores.
Pedia a caridade de nos fazerem chegar as vossas apreciações sobre o CD por email ou por correio postal (para o meu email ou endereço).
A todos votos de um Santo Natal cheio das maiores bênçãos do Deus Menino.

Com saudações fraternas.

Vosso em Jesus,

António José Gomes Machado, ocds.

COMUNICAÇÃO DO DEFINITÓRIO GERAL


Estimados Irmãos e irmãs: paz!

Desejando que esta os encontre nas alegrias e esperanças do Natal e Ano Novo, encaminho-lhes a comunicação do Definitório (n. 3) e peço que as deem a conhecer aos confrades, mosteiros da Associação e comunidades OCDS.
Um abraço.
Frei Alzinir


Roma, 3 de janeiro de 2010

Aos Provinciais, Comissários,
Delegados Gerais e Vigários Regionais

Objeto: Secretariado para a Formação e o Programa para a Formação Permanente

Reverendo Padre,

Saudação!

É, com efeito, um prazer informar-los de que o Definitório Geral decidiu organizar diversos cursos para a formação continuada de nossos frades através do secretariado para a formação. Assim, como a formação inicial, talvez seja o mais importante e urgente a necessidade da formação permanente regular de nossos irmãos, especialmente nas regiões onde a Ordem está crescendo e é muito jovem e vital. Com o olhar direcionado para isto, tivemos que decidir sobre os meios adequados para a consolidação e a maturação progressiva dos frades em sua vida carmelitana e sacerdotal, incluindo fazendo sacrifícios optando pela eficácia duradoura da missão mais que resultados impressionantes e transitórios. Por tanto, se solicita urgentemente sua cooperação neste assunto.

Alguns dos programas que estamos planificando são os seguintes:

1. Um Curso de Renovação Carmelitana Bíblica (CBRC) em Stella Maris, Haifa para os grupos entre 40 e 60 anos de idade, em espanhol, italiano, francês e inglês, segundo o número de participantes.
2. Um Curso especial para os mestres de noviços no CITES, Ávila (idioma: espanhol?).
3. Um Curso regular de formadores na Índia para Ásia e África, especialmente para as regiões de língua inglesa. Com a orientação do Definitório Geral o Centro da Índia de Formadores asiáticos carmelitas (ACFCI) funcionará em colaboração com a Conferência Inter-Provincial da Índia (IPCI) e organizará um Curso básico para Formadores, Curso para Diretores Espirituais, Curso para Superiores, etc. de três meses de duração, utilizando as estruturas já existentes e explorando os ricos recursos humanos disponíveis na Índia. Deseja chamar a atenção de modo especial a este respeito aos Superiores Maiores das zonas anglófonas (áreas de língua inglesa) da Ásia e África.
4. Em vista da atualização dos arquivos da Secretaria para a Formação, o P. Johnson Perumuttath, Secretário, pediu diversos dados. Solicita-se fraternalmente sua cooperação.

Espero suas respostas, comentários, reações e sugestões para esta informação a fim de estruturar os programas de maneira mais concreta.

Com saudações fraternas,



Fr. Augustine Mulloor OCD
Definidor Geral encarregado da Formação.

EPIFANIA DO SENHOR



“Os Magos tem também para nós um significado especial. Mesmo que já pertençamos à Igreja visível, percebemos muitas vezes a necessidade in terior de superar os limites das concepções e costumes herdados. Conhecíamos aDeus, porém sentíamos que Ele queria ser buscado e encontrado de uma maneira nova. Por isso buscamos uma estrela que nos indique um caminho reto. Esta estrela manifestou-se na graça de nossa vocação. Nós a seguimos e no final do caminho encontramos o Menino divino. Ele estendeu suas mãos para receber nossos dons e esperava de nós o ouro de um coração libertado dos bens terrenos, a mirra da renúncia à felicidade deste mundo, para receber em troca a parte da vida e dos sofrimentos de Cristo, e finalmente, o incenso de uma vontade com altas aspirações, que se entrega totalmente, para submeter-se à vontade divina. Em troca destes dons, o Menino divino entrega-nos sua própria vida.

Este admirável intercâmbio não foi sem dúvida o único. Ele plenifica nossa vida inteira. Depois da hora solene da nossa entrega nupcial, seguiu-se o afazer cotidiano da vida religiosa. Tivemos que «voltar ao nosso país de origem», mas «por outro caminho», conduzidos pela luz nova que havia iluminado aquela hora solene. Esta luz nova exige também que busquemos com novos olhos. «Deus se deixa buscar», disse Santo Agustinho, «para deixar-se encontrar. E Ele se deixa encontrar para que possamos buscá-lo novamente». Depois de cada hora marcada pela graça, temos a impressão de que começamos a compreender nossa vocação. Por isso, o fato de renovar cada ano nossos votos responde a uma profunda necessidade interior e tem especial importância que o façamos no dia da festa dos três Reis Magos, cuja peregri nação, e adoração ao Menino é um modelo para nossa própria vida. O Menino divino responde a cada uma das renovações de nossos votos, feitas com sinceridade de coração, com uma renovada aceitação de nossa vida numaíntima comunicação interior. Esta aceitação representa, por sua parte, uma nova e silenciosa ação da graça em nossa alma. Quem sabe expressa-se inclusive, numa «epifania», numa revelação da obra de Deus em nossa conduta exterior e em nossas ações, que até possam ser percebidas à nossa volta. Mas pode ser também que produza frutos que permaneçam ocultos aos outros, dos quais brotam fontes misteriosas de vida.
Vivemos hoje numa época que necessita urgente mente de uma renovação a partir das fontes escondidas das almas intimamente unidas a Deus. Há muita gente que tem suas últimas esperanças postas nestas fontes da salvação. Esta é uma admoestação muito séria: de cada um de nós se exige uma entrega total ao Senhor que nos chamou, para que possa ser renovada a face da terra. Numa total confiança devemos abandonar nossa alma às inspirações do Espírito Santo. Não é necessário que experimentemos a «epifania» de nossa vida, e sim que temos que viver na certeza da fé de que, o que o Espírito de Deus faz de forma es condida em nós, produz seus frutos no reino celestial. Nós os veremos na eter nidade.
Desta maneira queremos apresentar ao Senhor nossas oferendas e as depositamos nas mãos de sua Mãe. Este primeiro sábado foi consagrado especialmente ao seu nome e nada pode significar para seu coração uma alegria maior que a entrega cada vez mais profunda de nosso coração ao co ração de Deus. Além disso, ela intercederá ante o Menino no presépio, para que tenhamos santos sa cerdotes e para que suas obras sejam plenas de bênçãos. Esta é a petição que este sábado sacerdotal exige de nós e que a Mãe de Deus colocou em nosso coração como elemento essencial de nossa vocação carmelitana.”

(Trecho de Edith Stein, Epifania. Escrito provavelmente a 6 de janeiro de 1940. Trad. Fr. Alzinir).

Comunidade de Handel visita famílias no Natal





Neste Natal oferecemos a toda a Paróquia a visita dos frades para a bênção natalina das casas e das famílias.
A graça de Deus nos acompanhou de perto e nos abençoou a tal ponto que ficamos surpresos com tamanha aceitação e adesão do povo no momento das visitas.
Depois de obter o endereço do pessoal nós ligávamos e marcávamos o horário mais viável pra eles. O pessoal nos recebia com alegria, mas também um pouco desconfiados, o que é fácil de se entender.
Na bagagem levávamos um CD de músicas natalinas orquestradas e pedia para eles colocarem no aparelho; levávamos também uma vela e eles próprios acendiam e colocavam diante do presépio ou da árvore de natal.
A essa altura, já dava um clima diferente na casa, e todos se aproximavam com prazer diante do presépio ou da árvore de natal. A benção tinha como tema:
DO CORAÇÃO DA CASA PARA O CORAÇÃO DE DEUS
(van het hart van het huis naar het hart van God).
Era feita uma pequena explicação do porquê daquele tema, e já era suficiente para eles aderirem com todo o coração diante da proposta.
Chamou-nos muito a atenção das casas onde havia crianças, e várias vezes percebemos a oração em família era uma novidade para elas. Em muitas casas as crianças tomavam a iniciativa e sentavam em volta do presépio, os pais faziam o mesmo e nós com alegria nos sentávamos com eles. Aquele pequeno momento tornava-se momento de graça para todos nós e inesquecível para mim e tenho certeza que para eles também.
Até hoje visitamos 36 famílias de Handel, e há ainda muitas famílias aguardando a bênção natalina. Com o espalhar das vozes da visita dos frades os pedidos vão chegando.
Várias pessoas admiradas diziam: mas isso é novo aqui em Handel? Eu nunca ouvi falar de bênção de casa/de presépio/ de família... nunca um padre visitou a minha casa.
Nos convidavam para voltar, dizendo que as portas da casa estavariam sempre abertas para nós...
O Fr. Luciano acompanhou a grande maioria das visitas e também ficou animado com essa simples iniciativa.
Temos certeza que através dessas visitas, caminhos largos foram abertos para nós no campo pastoral. Pensamos muito nos jovens daqui... e vamos até eles começando pelas crianças que estão já se aproximando da igreja. Estamos pensando em aproveitar o mês de maio, bem celebrado por aqui, e a valorização do imaginário da realeza impresso na cultura local, para fazer uma coroação de N. Senhora no último domingo do mês de maio.
Se for plano de Deus queremos envolver o máximo de crianças nesse evento. E quem sabe, no mês de outubro, mês missionário, dará para fazer algo mais específico com a galera jovem?
São planos... que estão em nossas orações. Rezemos também nessas intenções.
Um abraço com muita neve e frio!

Fr. João de Deus, ocd

S. Rafael Kalinowski e a devoção ao Menino Jesus





S. Rafael Kalinowski, como bom carmelita teresiano que era, não podia deixar de alimentar uma devoção especial ao Menino Jesus; uma devoção transmitida por uma sã tradição da Ordem e uma devoção estimada e actual nos nossos dias; uma devoção que transporta tantos frutos de maturidade espiritual e de santidade às pessoas.
A origem desta devoção ao mistério da Incarnação de Jesus e à infância do Senhor encontramo-la no nosso Santo no tempo em que, condenado a trabalhos forçados durante dez anos na Sibéria, fazia a sua viagem para este seu terrível destino. Esta viagem, iniciada nos fins de Junho de 1864 e terminada após longos nove meses, começou em comboio, depois em navio a vapor no rio Volga, seguindo depois em “kibitki” (carros puxados a cavalo) e finalmente a pé. Em Dezembro de 1864 chegou à cidade de Tomsk, onde permaneceu alguns dias. Foi ali que, por ocasião do Natal, S. Rafael, às primeiras horas do dia, se pôde recolher na igreja. Este acontecimento – como rezam as suas “Memórias”– trouxe-lhe “uma grande alegria”. E continua, no próprio dia do Santo Natal, para adorar o Pequeno Reizinho, o Santo Menino Jesus que vem até nós, “não fugindo ao frio que fazia na igreja, participou na Santa Missa: três por si e três por um amigo da mesma aventura, doente de tifo e em perigo de vida”. E não ficou desiludido! O amigo, Casimiro Laudyn, curou-se e ficaram amigos por muitos anos de vida. S. Rafael confessa, que quando entrou nesta igreja católica de Tomsk, e quando ouviu o som do órgão, não conseguiu reprimir umas silenciosas lágrimas. Este era um Natal diferente, um encontro único com o Menino Jesus na manjedoura, um encontro único com o Senhor na Eucaristia.
Conhecemos a descrição de um outro Natal siberiano do nosso Santo. É a de um seu amigo da aventura, o futuro capuchinho P. Wenceslao Nowakowski, no opúsculo “Wilia w Usolu roku 1865” (A vigília de Natal em Usole no ano de 1865). O opúsculo, publicado em Cracóvia no último decénio do século XIX, testemunha a grande estima que S. Rafael gozava entre os companheiros da mesma aventura: no discurso natalício, que ele próprio fez, falou do Menino Jesus, da pobreza e perseguição revelados no nascimento e na fuga para o Egipto, que vinham ajudar e dar coragem a todos os pobres e deportados da terra. Todos quiseram manifestar ao Santo a sua alegria e partilhar com ele o oplatek (o pão branco do Natal), que evoca o significado etimológico do nome dioe Belém (Bet-lehem: a casa do pão) e prefigura simbolicamente o nascimento quotidiano na Hóstia santa sobre o altar. A tradição polaca da partilha do oplatek pelo Natal ainda permanece viva entre os polacos.
Por isso, o carmelita descalço, S. Rafael venerava o Menino Jesus com este amor que reveste a Ordem e o legado ao Santuário do Divino Reizinho em Praga. Desejava que o seu coração fosse um trono digno para o Menino Jesus e na sua actividade pastoral incutia os outros a fazerem o mesmo. Citamos um dos seus textos espirituais: “Naquelas velhas imagens, uma chama-me particularmente a atenção: o Menino Jesus espera docemente, porque quer encontrar uma digna morada no coração humano. Para começar, é o nosso próprio Salvador que arruma o nosso coração, purifica-o, fortalece-o e adorna-o com a sua graça; por fim, o Divino Menino entra nele e encontra uma morada agradável”. A seguir S. Rafael acrescenta: “Menino Jesus perdoa os pecados do homem, e dá-lhe força para que se possa revestir de virtudes; concedei-lhe as vossas bênçãos”. E, de facto, é o que está acontecer, porque Ele “quer que o coração do homem seja um altar da Sua presença: Altare Dei, cor nostrum”.
Foram estes os votos que S. Rafael fez ao concluir uma conferência espiritual às carmelitas descalças, também elas devotas do Menino Jesus de Praga: “Que o Menino Jesus se apodere das vossas almas, para que possais cantar já na terra juntamente com os anjos: Glória a Deus nas alturas, e depois o possais ter no céu para sempre! E que tudo se faça por intercessão da Sua santíssima Mãe, a Virgem Maria”.
Nota:
Frei Rafael foi beatificado por João Paulo II, em Cracóvia, no dia 22 de Junho de 1983 e canonizado também por João Paulo II, no dia 17 de Novembro de 1991. José Kalinowski nasceu em Vilnius, actual capital da Lituânia, no dia 1 de Setembro de 1835 e morreu no dia 15 de Novembro de 1907.